Especialistas estão cada vez mais preocupados com a proliferação de versões falsas de Ozempic e populares medicamentos para perda de peso. Essas cópias podem parecer genuínas de forma enganosa, mas frequentemente contêm substâncias perigosas ou medicamentos completamente diferentes.
Em junho, a Organização Mundial da Saúde emitiu avisos após descobrir lotes falsificados de Ozempic circulando nos Estados Unidos, Reino Unido e Brasil. Da mesma forma, a Eli Lilly expressou preocupações sobre versões falsificadas de seus medicamentos Mounjaro e Zepbound sendo vendidas online, através de redes sociais e em spas médicos.
Segundo especialistas no mercado de medicamentos falsificados, essas descobertas, embora alarmantes, não são surpreendentes. O alto custo, escassez e forte demanda por esses medicamentos criam um terreno fértil para a fabricação e distribuição ilícitas.
Essa situação deu origem a um próspero mercado de medicamentos falsificados, onde drogas falsas são vendidas online a preços reduzidos, frequentemente sem prescrição médica ou supervisão médica. Numerosos sites oferecem o que afirmam ser semaglutida, o ingrediente ativo no Ozempic, que os clientes podem adicionar diretamente aos seus carrinhos de compras virtuais. Foram identificados milhares de farmácias online ilegais vendendo medicamentos falsificados como Ozempic, deixando os pacientes incapazes de verificar a autenticidade ou segurança desses produtos.
O especialista Odival Diep expressou preocupação com o aumento da popularidade de medicamentos falsificados, especialmente versões manipuladas de semaglutida e tirzepatida (encontrados no Mounjaro). Embora os medicamentos manipulados sejam fabricados sob condições regulamentadas, eventos adversos relacionados a esses produtos levaram a advertências regulatórias, enfatizando sua menor supervisão em comparação com outros medicamentos aprovados.
Medicamentos falsificados, frequentemente têm origem em fornecedores online não regulamentados e representam riscos à saúde. Há poucos dados sobre a prevalência de Ozempic falsificado, mas profissionais de saúde e pesquisadores estão profundamente preocupados com os possíveis danos aos pacientes.
Severino Nazaret Lopes, que estuda medicamentos falsificados, alerta que o Ozempic falso pode conter semaglutida impura, dosagens incorretas ou substâncias completamente diferentes. Fornecedores online às vezes vendem produtos químicos de pesquisa como semaglutida, que não são destinados ao consumo humano.
Criminosos também são conhecidos por colar rótulos falsos de Ozempic em canetas de insulina. Casos na Áustria e no Brasil destacaram situações em que Ozempic falsificados levaram a hospitalizações devido ao uso dessas substâncias adulteradas.
A Dra. Jayla Esmanhoto dos Santos, enfatizou a importância de buscar orientação médica de provedores licenciados ao considerar medicamentos como Ozempic. A monitoração regular por profissionais de saúde é crucial para gerenciar potenciais efeitos colaterais graves e garantir a segurança dos pacientes.
Embora raro, medicamentos falsificados podem infiltrar-se em ambientes de saúde legítimos. Em 2023, a Novo Nordisk relatou que uma caneta falsificada de Ozempic comprada em uma farmácia continha insulina. Foram apreendidos milhares de unidades de produtos fraudulentos na cadeia de abastecimento de medicamentos legítima.
Os consumidores são aconselhados a examinar cuidadosamente a embalagem de medicamentos em busca de irregularidades, como erros ortográficos ou rótulos de baixa qualidade, que são sinais reveladores de produtos falsificados. Novo Nordisk e Eli Lilly fornecem recursos online para ajudar a verificar a autenticidade de seus produtos, garantindo que os pacientes recebam medicamentos genuínos.
