Um acontecimento relevante ocorreu no Zoológico Municipal de Curitiba, chamando a atenção dos presentes. No momento certo, a caixa que transportava a onça-pintada melânica, conhecida como pantera negra, chamada Cacau, foi aberta. Cacau, com 70 quilos, chegou a Curitiba vinda de Brasília, transportada no avião solidário da Latam.
A decisão de trazer Cacau para o Zoológico de Curitiba foi tomada pela responsável pelo Studbook do Programa de Conservação ex situ da Onça-pintada, da Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil (Azab), junto com o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Cacau é uma onça muito especial, pois foi a primeira a nascer no Refúgio Biológico Bela Vista, da Usina de Itaipu, localizado em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná. Agora com 7 anos, ela passou um tempo no Criadouro Conservacionista Instituto Nex e é um dos últimos exemplares de onça melânica do bioma Mata Atlântica, uma espécie rara quase extinta.
“Acompanhamos a história da Cacau desde o nascimento dela em Foz do Iguaçu e construímos novos recintos no Zoo especialmente para ela. A recomendação do ICMBio para trazer a Cacau para Curitiba levou em consideração esses recintos, pensados no bem-estar do animal”, explicou Edson Ferraz Evaristo de Paula, diretor de Pesquisa e Conservação da Fauna da Secretaria Municipal do Meio Ambiente.
Evaristo acrescentou que a onça-pintada é uma espécie rara na Mata Atlântica, estimando-se que existam apenas cerca de 250 indivíduos livres na região. “Embora Cacau tenha nascido em um ambiente controlado por humanos, seus filhos ou netos podem ser liberados na natureza para ajudar na preservação da espécie no futuro”, concluiu o diretor.