O Governo do Paraná, por meio das secretarias do Planejamento (SEPL) e do Desenvolvimento Sustentável (Sedest) a terceira reunião do Comitê Intersecretarial de Mudanças Climáticas. O encontro representou mais um avanço no desenvolvimento do Plano de Descarbonização da Economia Paranaense (Pedep).
A SEPL e a Paraná Projetos, com apoio técnico da Fundação São Francisco de Assis, do Rio de Janeiro, estão coordenando a criação do Pedep e identificaram setores da economia e regiões com maiores emissões de gases de efeito estufa.
Serão elaborados planos específicos para esses segmentos, conforme o Inventário de Emissões de Gases, com o objetivo de desenvolver estratégias para reduzir a liberação de gases com efeito estufa (GEE) e ampliar o uso de tecnologias limpas.
Com previsão de conclusão para setembro de 2025, o Pedep definirá ações que visam atingir a neutralidade climática no Paraná até 2050, alinhando-se aos compromissos do Acordo de Paris e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
Segundo o secretário do Planejamento, Guto Silva, o Plano de Descarbonização reforça o trabalho feito pelo Estado, reconhecido, pela terceira vez, como o mais sustentável do Brasil, fruto das boas práticas voltadas à sustentabilidade, preservação e redução de emissão de carbono.
“No mundo se fala em segurança alimentar, transição energética e mudança climática, tudo muito vinculado à questão da descarbonização. O Paraná sai na frente ao conectar as várias ações que já acontecem para demonstrar à sociedade como se dá essa política no Estado”, diz Silva.
O secretário do Desenvolvimento Sustentável, Everton Souza, explica que este encontro, que contou com a presença de representantes do Fundo Amazônia, permitiu o pontapé inicial no Pedep e que está previsto, ainda, o incremento voluntário da participação de empresas em iniciativas de descarbonização.
“Já temos a iniciativa do Selo Clima, com quase 200 inscritos nesta edição, em que a empresa apresenta boas práticas para reduzir os gases de efeito estufa. Desta forma, a iniciativa privada se soma à parte governamental para que possamos minimizar os impactos da mudança climática”, afirma.
ELABORAÇÃO DO PLANO – Para a elaboração do Pedep serão realizadas modelagem de cenários, análise multicritério e priorização de soluções tecnológicas e análise de barreiras e entraves para adoção das soluções. Ao fim do processo, serão construídas propostas de fomento à descarbonização, sob a ótica regulatória, legal e econômico-financeira, e estudos para proposição de mecanismos de compartilhamento de créditos de carbono.
O gerente de Projetos da Fundação São Francisco de Assis, Victor Sucupira, considerou muito produtivo o encontro, que mostrou a importância que o tema ganha para o Estado do Paraná. “Estamos aqui com a melhor ciência, a melhor técnica e muita vontade e disposição de poder trabalhar em conjunto com o Governo do Estado para termos um Plano de Descarbonização da Economia Paranaense efetivo, bem construído e, sobretudo, operacional, que a gente possa contribuir para minimizar mudanças climáticas”, destaca.
LIÇÃO DE CASA – Rafael Andreguetto, diretor de Políticas Ambientais da Sedest, afirmou que o Paraná demonstra que tem atuado fortemente não só para as mudanças, mas também para as emergências climáticas, e que o Estado tem feito sua lição de casa, com o Plano de Ação Climática já estabelecido, a criação da Autoridade Climática, a questão do inventário dos municípios e dos setores produtivos relacionados a emissões de gases de efeito estufa.
“Hoje foi dado um novo passo, o caminhar para a implementação do Plano de Descarbonização do Paraná. O Pedep e o Selo Clima, que existe desde 2015, coordenado pelo Governo do Estado, serão instrumentos imprescindíveis para que o Estado seja neutro, que o Paraná compense e neutralize todas as suas emissões e gases de efeito estufa, diante de uma realidade tão necessária hoje para a conservação e proteção da biodiversidade”, afirma.
Guto Silva explicou que o desejo é que esse processo seja longevo, com planejamento e uma política que não seja interrompida com mudanças de governos, por ser algo valioso para o Paraná, visto o Estado ser, segundo ele, o maior produtor de alimentos do mundo e que a sustentabilidade é extremamente importante também para o setor produtivo e para alcançar novos mercados.
“Falamos de sustentabilidade do ponto de vista da preservação, mas também devemos pensar do ponto de vista do emprego. Essa é a oportunidade de uma nova economia, o mercado verde, que se apresenta com novos desafios para todos nós”, afirma.