O Governo do Paraná destinará R$ 90 milhões para aprimorar o sistema de acompanhamento de chuvas na região costeira do estado, melhorando o monitoramento dos desastres naturais e dando tempo para a população se preparar dos efeitos de tempestades, por exemplo, ou até mesmo de tsunamis, como acontece em nações como Estados Unidos de Japão.
Atualmente, o Simepar (Sistema Meteorológico do Paraná) opera três radares meteorológicos, localizados em Teixeira Soares, Curitiba e Cascavel. O equipamento de Teixeira Soares será substituído por um modelo mais avançado, enquanto novos radares serão instalados em Guaratuba e em um local ainda a ser definido. Essas atualizações permitirão um acompanhamento mais preciso de sistemas meteorológicos que se aproximam da divisa com São Paulo, além de chuvas originadas no sul do país.
Além do monitoramento de precipitações, o projeto inclui a instalação de equipamentos para coleta de dados ambientais, como nível do mar, altura das ondas, ressacas e correntes marítimas. Esses dispositivos serão distribuídos em cidades como Antonina, Morretes, Paranaguá, Pontal do Paraná, Guaraqueçaba, Matinhos e Guaratuba. A iniciativa também contará com a participação do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), que auxiliará na concepção e desenvolvimento de modelos de alerta, incluindo o monitoramento da BR-277, rodovia que conecta Curitiba ao litoral paranaense.
A indenização da Petrobras é decorrente de um vazamento de óleo diesel ocorrido em 2001, quando um poliduto se rompeu, atingindo áreas desde Morretes até a Baía de Antonina. O valor foi acordado judicialmente em 2012, mas só agora foi liberado para aplicação em projetos de prevenção e mitigação de desastres. O Monitora Litoral representa um avanço significativo na capacidade do estado de prever e responder a eventos climáticos extremos, além de fortalecer a proteção de ecossistemas costeiros e a segurança de comunidades locais.
Além do Monitora Paraná, a Justiça Federal autorizou o Paraná a executar R$ 586 milhões para financiar projetos de reparação ambiental no Estado com recursos da indenização do incidente no Rio Iguaçu. Do total liberado, R$ 346,5 milhões (59%) serão usados em 23 propostas apresentadas pelo IAT em ações de monitoramento, fiscalização, drenagem e reestruturação de equipamentos, entre outras.
A liberação para uso imediato de parte da verba é resultado de diversas reuniões de consenso que envolveram também o Governo do Paraná e os Ministérios Públicos Estadual e Federal. O valor total da verba compensatória depositada em juízo pela Petrobras, com juros e correções, é atualmente de aproximadamente R$ 1,2 bilhão.
Dos projetos apresentados pelo IAT e aprovados pela Justiça, 12 já receberam a liberação dos recursos para a formatação de convênios, como a reestruturação dos viveiros do Paraná Mais Verde e a implantação de três novos parques urbanos. Já os 11 restantes foram aprovados com condicionantes, ou seja, necessitam de algumas adequações antes da liberação dos recursos.
O IAT também vai aplicar R$ 40 milhões na implantação, ampliação, proteção e estruturação de Centros de Apoio, Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetras), responsáveis por prestar um atendimento fundamental à fauna silvestre vitimada no Paraná. O investimento servirá para a implantação de quatro novos centros no Estado (Curitiba, Londrina, Litoral e região Oeste), além da reestruturação dos dois Cetras existentes (Ponta Grossa e Guarapuava) por meio da aquisição de equipamentos e veículos.
Como parte do acordo de indenização, os projetos aprovados também beneficiarão as áreas mais afetadas pelo desastre ambiental, como a Bacia do Alto Iguaçu, onde será feita a implementação de três novos complexos do projeto Parques Urbanos do IAT, que proporciona ao mesmo tempo espaços de lazer para a população e a recuperação de áreas degradadas.