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sábado, dezembro 21, 2024
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Paraná lidera programa nacional de modernização de museus

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O Paraná é o estado com mais projetos classificados em um programa nacional de modernização de museus do Ministério da Cultura, segundo o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). As ações são da Secretaria de Estado da Cultura (Seec), da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e da Prefeitura Municipal de Rolândia. Somando R$ 750 mil, as três propostas paranaenses correspondem a 25% do orçamento do programa, que prevê aporte de R$ 3 milhões para 10 projetos de diferentes regiões do Brasil, com valores individuais de R$ 250 mil e R$ 500 mil.

Ao todo, foram avaliadas 40 propostas de 15 estados, sendo seis do Paraná, único com mais de um projeto aprovado. As demais instituições contempladas são do Amapá, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. A próxima etapa consiste na apresentação de planos de trabalho e documentos institucionais no prazo de dois meses.

Classificado na segunda posição geral, o projeto da Seec, no valor de R$ 250 mil, irá beneficiar o Museu da Imagem e do Som do Paraná (MIS-PR) com o desenvolvimento de um protótipo de estojo ventilado de melhor performance para manutenção de filmes em película, a fim de minimizar a decomposição química de filmes. A ação será coordenada por uma pesquisadora da Universidade Estadual do Paraná (Unespar) com a colaboração da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), de São Paulo.

Segundo a diretora do MIS-PR, Mirele Camargo, esses investimentos modernizam os equipamentos culturais e fortalecem a identidade cultural paranaense. “Essa conquista reflete o comprometimento das instituições culturais do estado em preservar nosso patrimônio audiovisual e histórico, além de promover a acessibilidade à cultura para todos”, afirma. 

Em quinto lugar, contemplado com R$ 250 mil, está o projeto da UEPG para modernização, preservação e difusão do Museu Campos Gerais (MCG). Os recursos serão destinados para contratação de consultoria para elaboração de um plano museológico em conformidade com a legislação e contratação de serviços para conservação preventiva e digitalização de acervos fotográficos. O orçamento prevê, ainda, aquisição de equipamentos para digitalização e armazenamento de acervos.

O professor Niltonci Batista Chaves, do Departamento de História da UEPG, que atua como diretor do MCG, destaca a importância social dos museus como estruturas de fomento cultural. “Os museus são espaços para despertar a curiosidade, estimular a reflexão e o debate e promover a socialização e os princípios da cidadania, sempre comprometidos em informar e educar a sociedade por meio de exposições temporárias de curta, média e longa duração, além de atividades educativas e eventos acadêmicos e culturais”, pontua.

Ele destaca que os museus universitários são estruturas culturais relevantes para o desenvolvimento estadual. “Com exposições e programações diversas, os museus universitários do Paraná têm se consolidado como espaço de investimento e qualificação de profissionais e acadêmicos, e sobretudo no avanço em produção científica e inovação tecnológica do ponto de vista cultural e social”, diz.

Primeiro museu universitário do Paraná, fundado em 1950, o MCG dispõe de um vasto acervo com mais de 15 mil bens culturais que remetem à história regional e acervos históricos, artísticos, documentais e iconográficos em diferentes formatos. Com equipamentos para o trato técnico de documentação histórica, o museu incentiva produções acadêmicas relacionadas às chamadas humanidades digitais.

O MCG conta com dois acervos fotográficos de importância histórica. Um deles, com mais de 200 mil imagens e documentos, foi doado pelo Foto Elite, primeiro estúdio de fotografias de Ponta Grossa, fundado em 1954. O conjunto abrange mais de seis décadas da história, incluindo fotos, negativos, filmes e álbuns com diversos tipos de registros, como os tradicionais retratos em estúdio e imagens de comemorações e festas populares. 200 mil imagens e documentos

O outro acervo documenta mais de 60 anos de história iconográfica do Norte Pioneiro do Paraná, a partir das lentes de três gerações de fotógrafos da família Tanko. Natural da Romênia, essa família se estabeleceu em 1942 em Santo Antônio da Platina, onde fundou uma casa de fotos. O conjunto reúne mais de 190 mil registros fotográficos de famílias, trabalhadores, fazendas, igrejas, escolas e eventos, sendo importante fonte de estudo sobre o processo de colonização do norte pioneiro paranaense.

No final do ano passado, o MCG foi contemplado em uma chamada pública estadual no valor de R$ 150 mil, com um projeto para digitalização do acervo do Foto Elite. Entre março e outubro do ano passado, essas imagens ganharam destaque na exposição “Memórias Entrelaçadas”, propiciando diálogos entre pesquisadores de diferentes áreas, como fotografia, história, sociologia e artes visuais.

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