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Pólio voltou aos EUA e pode chegar ao Brasil, não vacile, vacine seu filho

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Para evitar uma pandemia de poliomielite como aconteceu em junho nos Estados Uniods, o governo do Paraná está fazendo um mutirão de multivacinação até o dia nove de dezembro e convocou os pais a levarem os filhos até 15 anos a um posto de saúde para se prevenir contra a doença.

Tudo começou no condado de Rockland, no Estado de Nova York, nos Estados Unidos, uma região onde moram e circulam muitos brasileiros quando um jovem procurou o pronto-socorro devido uma febre de cinco dias, torcicoo, dores nas costas e no abdômem, constipação e pernas fracas.

Os médicos deduziram ser uma mielite flácida aguda – fraqueza muscular causada por inflamação da medula espinhal, geralmente decorrente de uma infecção viral.

Fizeram testes de laboratório e o diagnóstico foi chocante: poliovírus.

Segundo o portal do The Guardian, ao longo da primeira metade do século 20, milhares de crianças morreram ou ficaram paralisadas devido à poliomielite; houve 20.000 casos de paralisia induzida pela poliomielite só em 1952.

O último caso de paralisia infantil registrado no Brasil foi em 1989, na cidade de Souza, na Paraíba, desde então sempre aconteceu uma política concreta de vacinação, mas nos últimos dois anos, após o início da pandemia de Covid-19, os pais começaram a temer ir aos postos de saúde, com medo dos filhos serem contaminados pelo coronavírus, e muitos deixaram de vacinar as crianças.

Isso também ocorreu nos Estados Unidos onde o alerta foi dado há dois meses e sem nenhum caso desde 1979.

No século 21, as autoridades de saúde divulgaram apenas três casos de pólio nos Estados Unidos, todos importados, afetando um total de dez pessoas, com apenas um envolvendo disseminação comunitária.

Especialistas em saúde pública dos Estados Unidos não dormirem no ponto, as primeiras medidas foram testes de águas residuais e a descoberta, o pollovírus circulava na região desde maio deste ano.

Os testes foram ampliados para outros lugares e o condado vizinho de Orange da cidade Nova York receberam alerta de que o pollovírus também estava circulando nessas regiões.

Em meados de agosto, ficou claro que este não era apenas o segundo caso de poliomielite por transmissão comunitária desde 1979, mas provavelmente era um “surto silencioso” que infectou centenas.

O poliovírus encontrado em Nova York não é o mesmo que atingiu as comunidades urbanas no século passado.

Graças à vacinação, o poliovírus “selvagem” original foi eliminado de todos os países, exceto de dois: Paquistão e Afeganistão.

Mas, paradoxalmente, a maioria dos casos de poliomielite que surgem hoje em dia – incluindo o que infectou o homem de Rockland – são derivados da própria vacina.

Existem dois tipos de vacina contra a poliomielite, ambos desenvolvidos durante a década de 1950. A vacina oral contra a poliomielite, criada por Albert Sabin, usa uma forma viva e enfraquecida do vírus para induzir a imunidade. Não é perigoso para quem o recebe; o vírus não pode passar do intestino do paciente para a medula espinhal, onde pode causar paralisia.

Mas o vírus da vacina enfraquecido pode adquirir mutações que o transformam em um vírus vivo. Como resultado, por algumas semanas depois que alguém recebe a vacina, eles excretam poliovírus infeccioso derivado da vacina. O poliovírus derivado da vacina não representa ameaça para as pessoas vacinadas. Mas qualquer pessoa não vacinada está em risco.

Desde a pandemia de Covid, o grupo de pessoas vulneráveis ​​e não vacinadas aumentou. A vacina oral contra a poliomielite é normalmente usada em países em desenvolvimento porque é mais fácil de administrar e pode ser armazenada à temperatura ambiente.

Mas, como tudo durante a pandemia, as campanhas usando a vacina oral contra a poliomielite foram interrompidas. Até agora este ano, houve cerca de 20 surtos ocorrendo em todo o mundo, todos de poliovírus derivado de vacinas.

O outro tipo de vacina contra a poliomielite, desenvolvida por Jonas Salk, usa uma versão inativada do vírus. Embora essa vacina seja mais segura – um vírus morto não pode sofrer mutação e voltar à vida – ela não oferece proteção tão robusta.

Como a vacina oral percorre o intestino, oferece imunidade local e evita que a pessoa vacinada seja reinfectada.

A vacina inativada, que é administrada por injeção, estimula uma resposta imune que impede o vírus de danificar os neurônios e causar sintomas, mas na verdade não previne a infecção.

Desde 2000, a vacina inativada contra a poliomielite tem sido usada exclusivamente nos EUA.

Isso significa que o surto atual se originou em algum lugar onde a vacina oral contra a poliomielite é usada e foi involuntariamente trazida para os EUA por uma pessoa que não sabia que estava infectada. (Os especialistas ainda não sabem de onde.)

Isso também significa que grande parte da vacina detectada nas águas residuais de Nova York é provavelmente de pessoas vacinadas infectadas com vírus derivado da vacina, mas que não apresentam nenhum sintoma e não estão risco de paralisia.

“Um vírus que se reverteu da vacina surgiu de uma criança que foi vacinada e, como outros humanos que estavam por perto não foram vacinados ou resistentes ao vírus, o vírus começou a se instalar na população humana”, explica Raul Andino, um professor de microbiologia e imunologia da Universidade da Califórnia, San Francisco. “Esse caso de vírus importado chegou a Nova York e tomou conta de toda a população porque todo mundo é suscetível à infecção… Basicamente, temos uma epidemia silenciosa, e isso não causa problema até que alguém não seja vacinado.”

De fato, bolsões antivacinas surgiram nos Estados Unidos – alguns orgânicos, outros semeados por grupos nacionais – inclusive em enclaves liberais e ricos no condado de Marin, Califórnia; Portland, Oregon; e Clark County, Washington, bem como em uma comunidade Amish em Ohio e entre refugiados somalis em Minnesota.

Dados recentes revelaram que as taxas de vacinação infantil diminuíram em todo o mundo desde 2020 – o maior retrocesso em 30 anos. O motivo provavelmente é duplo: primeiro, o acesso reduzido a consultas pediátricas de rotina interrompeu a vacinação

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