Décadas de pesquisas já mostraram que o exercício é essencial para a saúde, reduzindo o risco de doenças cardíacas, melhorando o sono e, fortalecendo a memória. De acordo com um estudo recente, praticar exercícios pode melhorar o desempenho da memória, com benefícios que podem durar até 24 horas após a atividade.
O estudo analisou 76 pessoas entre 50 e 83 anos ao longo de oito dias. Os participantes usaram rastreadores de atividade física e realizaram testes cognitivos diários. Os resultados mostraram que, nos dias em que praticavam mais atividade física, obtinham melhores resultados nos testes de memória no dia seguinte.
Participantes que passaram menos tempo sentados e dormiram seis horas ou mais também tiveram melhor desempenho nos testes de memória.
Esses achados são especialmente importantes para adultos mais velhos, que precisam preservar a função cognitiva. “Entender fatores que mantêm habilidades cognitivas diárias é fundamental,” explica Mikaela Bloomberg, autora principal do estudo.
De que forma o exercício melhora a memória?
Esse não é o primeiro estudo a relacionar o exercício a melhorias na função cognitiva, mas reforça a evidência sobre a duração desses benefícios. O estímulo cognitivo pode vir do aumento do fluxo sanguíneo e da estimulação de neurotransmissores, que auxiliam na memória e no raciocínio.
“O exercício promove a criação de novos neurônios no hipocampo, uma região do cérebro essencial para o aprendizado e a memória,” afirma o neurologista esportivo Dr. Vernon Williams. Ele também apoia a neuroplasticidade—capacidade do cérebro de formar novas conexões—e reduz inflamações, frequentemente associadas ao declínio cognitivo.
Quanto exercício é necessário?
O estudo não definiu uma quantidade exata de exercício necessária para alcançar os benefícios cognitivos. Em vez disso, descobriu que fazer mais atividade física do que o habitual—independentemente do ponto de partida—melhora a memória. Por exemplo, adicionar cinco minutos a uma rotina de 30 minutos pode aprimorar sua mente pelas próximas 24 horas.
Por outro lado, aumentar o tempo de sedentarismo foi associado a um pior desempenho de memória, ressaltando a importância de manter-se ativo.
Implicações e aplicações práticas
Embora o estudo seja pequeno, Bloomberg acredita que os resultados têm aplicações práticas. Adultos mais velhos podem preservar a memória e a agilidade mental mantendo um estilo de vida ativo. Para outros, exercitar-se no dia anterior a uma tarefa importante, como um exame ou apresentação, pode oferecer uma vantagem mental.
A consistência também é essencial. Dr. Williams destaca que exercícios regulares proporcionam estimulação cognitiva contínua, contribuindo para a saúde cerebral a longo prazo.
Qual tipo de exercício é mais eficaz?
Exercícios de intensidade moderada, como caminhadas rápidas, ciclismo ou corrida leve, mostraram-se eficazes neste estudo. Outras pesquisas apontaram que atividades de alta intensidade, como ciclismo e treinos intervalados, também podem melhorar funções cognitivas, incluindo atenção e processamento de informações.
Em resumo, manter-se ativo à medida que envelhece ajuda a proteger a memória e a saúde cognitiva. “A atividade física oferece inúmeros benefícios à saúde e pode desempenhar um papel fundamental na manutenção das funções cognitivas ao longo do tempo,” conclui.