Um novo estudo revelou que consumidores frequentemente pagam mais por produtos sem glúten, mesmo que estes ofereçam menos proteína e mais açúcar e calorias em comparação com alternativas que contêm glúten.
A pesquisa desmistifica benefícios comumente atribuídos aos produtos sem glúten, como controle de peso e gerenciamento de diabetes. Os resultados mostram que muitos destes produtos carecem de fibras dietéticas, proteínas e nutrientes essenciais. Embora fabricantes adicionem suplementos para compensar essas deficiências, o processo pode prejudicar a digestão proteica.
Uma descoberta preocupante do estudo é que a adesão prolongada a uma dieta sem glúten tem sido associada ao aumento do índice de massa corporal (IMC) e deficiências nutricionais. Além disso, estes produtos geralmente contêm níveis mais elevados de açúcar em comparação com produtos que contêm glúten, o que pode comprometer ainda mais a saúde a longo prazo.
Os produtos sem glúten, definidos como aqueles que contêm 20 partes por milhão ou menos de glúten, geralmente não incluem trigo, centeio, cevada e às vezes aveia. Estes grãos são fontes ricas de arabinoxilano, um polissacarídeo não amiláceo crucial que promove bactérias intestinais benéficas, melhora a digestão e regula os níveis de açúcar no sangue.
Uma exceção positiva é o pão sem glúten com sementes, que contém mais fibras (38,24 gramas por 100 gramas) que as versões com glúten, graças ao uso de pseudo-cereais como amaranto e quinoa. No entanto, estas melhorias variam conforme o fabricante e a região.
O estudo ressalta que é difícil encontrar um produto sem glúten que se destaque em todas as áreas nutricionais, como alto teor de proteína e fibras combinado com baixos níveis de carboidratos e açúcar. Este desafio torna ainda mais importante a escolha consciente desses produtos, especialmente para quem os consome por longos períodos.
O estudo aponta a necessidade de investimento em pesquisa e desenvolvimento para criar produtos sem glúten mais nutritivamente equilibrados, usando ingredientes locais. Sugere-se também colaboração entre governos para garantir subsídios que reduzam custos de produção e tornem estes produtos mais acessíveis. Além disso, ressalta-se a importância da educação pública sobre os prós e contras de uma dieta sem glúten, especialmente considerando os potenciais impactos negativos do seu consumo prolongado.