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Quais os cuidados para evitar o excesso do uso de telas por crianças e adolescentes

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Os impactos do uso excessivo de telas por crianças e adolescentes são alarmantes, abrangendo desde o aumento de miopias e casos de depressão até dificuldades de aprendizagem e cyberbullying. Essa problemática, que já é considerada uma pandemia, gera consequências como a diminuição do QI (quociente de inteligência) das novas gerações em relação aos pais, configurando um cenário preocupante.

Esse tema foi discutido na Assembleia Legislativa do Paraná por uma banca de especialistas que, embora reconheçam a tecnologia como uma ferramenta fantástica, alertam para a falta de controle e ética na exposição de crianças e adolescentes. A audiência pública, promovida pela deputada estadual Márcia Huçulak (PSD), reuniu profissionais e gestores de áreas como saúde, educação, comportamento e direito, em busca de soluções e para ampliar o debate sobre o assunto. Além disso, o evento contou com a participação de estudantes do 5º ano da Escola Interativa, que puderam interagir com os especialistas.

Márcia Huçulak ressaltou os danos permanentes causados pelo uso excessivo de telas, como a atrofia cortical no cérebro infantil, que pode comprometer toda a vida do indivíduo. Ela destacou a urgência de ações governamentais e sociais para evitar um futuro sombrio para essa geração, que já apresenta altos índices de ansiedade, depressão e tentativas de suicídio. A parlamentar enfatizou que a situação exige medidas imediatas, sem esperar por mais evidências.

A médica Luci Yara Pfeiffer, presidente de departamentos científicos da Sociedade Brasileira de Pediatria e da Paranaense de Pediatria, expressou preocupação com a pandemia virtual que afeta crianças e adolescentes, especialmente pelo uso desenfreado de celulares. Ela alertou sobre as consequências físicas e mentais desse comportamento, como sedentarismo, problemas auditivos, oftalmológicos e o aumento dos casos de estrabismo irreversível. Pfeiffer também destacou que metade da geração atual pode se tornar míope em 20 anos, com 10% desses casos levando à cegueira. Além disso, os danos à saúde mental são graves, com crianças criando laços de afeto e dependência no ambiente virtual, o que agrava casos de depressão e pensamentos suicidas.

Em 2023, a Rede de Atenção Psicossocial do SUS apontou que a ansiedade entre crianças e jovens superou a dos adultos pela primeira vez. O Brasil é o terceiro maior consumidor de redes sociais no mundo, com mais de 131 milhões de contas ativas, das quais 127 milhões são usuários únicos. A média de uso da internet é de 10 horas por dia, sendo 3h41min dedicadas às redes sociais, segundo dados da Comscore, uma empresa norte-americana de análise da internet.

Silmara Campese Cezário, gerente de Inovação Pedagógica da Secretaria Municipal de Educação de Curitiba, reforçou a importância da parceria entre famílias e escolas no enfrentamento desse problema. Ela destacou as ações de formação e orientação realizadas com professores e pais, enfatizando a necessidade de controlar o tempo de uso de dispositivos eletrônicos pelas crianças. A médica Cristiane Maria Leal Vardana Marangon, coordenadora da Linha de Cuidados da Saúde da Criança em Curitiba, elogiou a iniciativa da audiência pública e ressaltou a importância da conscientização e mobilização para enfrentar essa questão.

Everton Drohomeretski, professor de tecnologia e diretor-administrativo do Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe/PR), alertou sobre o impacto das mudanças tecnológicas no mercado de trabalho e na vida das crianças e adolescentes. Ele mencionou a previsão de que milhões de vagas e atividades desaparecerão nos próximos anos, reforçando a necessidade de adaptação. Drohomeretski também destacou a dificuldade de concentração e a falta de habilidades para lidar com frustrações entre as crianças, acostumadas à intensa oferta de estímulos no mundo virtual.

A advogada Renata Kobus, membro da Comissão de Direito Digital da OAB, apontou que a legislação ainda está atrasada em relação às questões tecnológicas. Ela mencionou desafios como o cyberbullying e o sexting, que exigem uma adaptação das leis à realidade atual. Kobus concluiu que eventos como a audiência pública são passos importantes para promover mudanças legislativas e culturais no uso da tecnologia na sociedade 4.0.

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