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quinta-feira, novembro 14, 2024
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Quem é Willian Rogatto: ‘Rei do Rebaixamento’ preso em Dubai

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O empresário William Rogatto, de 34 anos, conhecido como o “Rei do Rebaixamento”, foi um dos alvos da Operação VAR, deflagrada nesta segunda-feira (11) pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. Willian, que acumulou fama no futebol por sua suposta atuação nos bastidores de manipulação de resultados, foi preso neste fim de semana pela Interpol em Dubai, nos Emirados Árabes, após ser alvo de investigações internacionais.

Rogatto, que afirma ter rebaixado 42 clubes ao longo de sua carreira, está no centro de uma investigação que ganhou destaque após sua atuação ser investigada pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas no Brasil, no Senado. Ele revelou, em depoimento à CPI, que acumulou cerca de R$ 300 milhões com suas atividades fraudulentas, que envolvem a manipulação de campeonatos nacionais e internacionais, além de apostas esportivas.

O empresário, que iniciou suas operações no mundo das apostas aos 19 anos após uma viagem a Las Vegas, explicou que se aproveitou de uma “brecha” no sistema esportivo para lucrar com o esquema. “O esquema de manipulação dos jogos só perde para política e tráfico de drogas em termos de valores”, afirmou Rogatto, revelando que suas atividades envolviam desde jogadores e árbitros até dirigentes de clubes.

De acordo com Willian, a manipulação esportiva no Brasil é um sistema antigo, com mais de 40 anos de história, e muito estruturado. Rogatto detalhou seu modus operandi, dizendo que seu foco eram clubes em dificuldades financeiras. “Eu chegava em um clube que não tinha dinheiro para disputar campeonato ou pagar taxas da federação, e me oferecia como solução: ‘Vamos fazer o time subir, vai dar tudo certo, a gente vai ser campeão'”, contou. Esse método, segundo ele, foi fundamental para construir uma vasta rede de manipulação de resultados.

Com operações em todos os estados brasileiros e em 9 países, Rogatto também destacou a influência das patrocinadoras de apostas no futebol brasileiro. Ele explicou que, quando uma casa de apostas patrocina um clube, os jogadores se tornam “mercadoria” para os apostadores, facilitando o processo de manipulação. Além disso, revelou que pagava generosas quantias a árbitros e jogadores para garantir o sucesso de suas operações. “Eu pagava muito bem por um gol. Um árbitro ganhava R$ 7 mil por jogo, mas eu pagava R$ 50 mil para ele”, afirmou Rogatto.

Apesar das confissões e das provas que afirmou possuir, como vídeos e documentos, o empresário acredita que o esquema é muito maior do que ele e que dificilmente será extinto. Segundo o depoimento, as grandes figuras do futebol, incluindo a CBF e as federações, estão profundamente envolvidas e não serão afetadas pelas investigações. “Os grandes não vão cair nunca. Isso existe há mais de 40 anos e não vai acabar. Eu fiz parte do sistema”, declarou.

Rogatto também comentou sobre a complexidade do sistema de manipulação, que envolve até políticos locais. “Eu sempre procurei entrar pelas secretarias de Esporte”, disse, explicando como suas conexões políticas eram usadas para fortalecer seu império de manipulação. Ele ainda destacou que, embora tenha lucrado milhões, nunca foi envolvido em crimes como roubo ou homicídio: “Eu trabalhei em cima do sistema, o sistema é falho.”

Com a prisão de William Rogatto, a Operação VAR segue em andamento, buscando desmantelar uma das maiores redes de manipulação de resultados no futebol brasileiro. A investigação promete revelar novos detalhes sobre a corrupção nos bastidores do esporte, colocando em xeque a integridade de campeonatos e as relações entre clubes e casas de apostas.

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