O único lugar em todo o universo que sabemos com certeza que tem vida é a Terra. Encontramos pistas tentadoras de uma possível vida em Marte, na lua Europa de Júpiter e na lua Enceladus de Saturno. Um novo estudo científico pinta uma possibilidade ainda mais otimista de vida na Europa. A informação é do portal Oklahoman.
Três condições essenciais tornam a vida possível na Terra. Primeiro, a vida precisa de água. Em nosso planeta, praticamente onde quer que exista água, também existe vida. Mesmo em condições de extremo calor, salinidade ou acidez, a vida encontra um caminho. Cientistas descobriram micróbios vivendo em rachaduras microscópicas em rochas com até cinco quilômetros de profundidade.
Em segundo lugar, a vida precisa de uma fonte de energia. Para a maior parte da vida em nosso planeta, essa fonte de energia é o sol. Alguns organismos obtêm energia da água superaquecida em respiradouros vulcânicos no fundo do oceano, onde a luz solar nunca chega. Formas de vida inferiores, como plantas ou micróbios, usam essa energia para alimentar seu próprio processo de vida. Outras criaturas se alimentam dessas plantas e micróbios. E, finalmente, a vida precisa de oxigênio. Mesmo as plantas, que geram o oxigênio em nossa atmosfera, devem “respirar” oxigênio na ausência de luz solar.
Dois dos lugares mais prováveis em nosso sistema solar para encontrar vida além da Terra são as luas: Europa orbitando Júpiter e Encélado, que orbita Saturno. Ambos possuem uma espessa cobertura de gelo, sob a qual se encontram oceanos de água salgada. A concha gelada de Europa pode ter até 15 milhas de espessura. O oceano que fica abaixo contém mais água do que todos os oceanos da Terra. Ambos estão muito longe do sol para alimentar a vida. Mas ambos orbitam grandes planetas com fortes forças gravitacionais. A gravidade do grande planeta puxa a lua, espremendo seu interior. Isso gera calor no núcleo que se move para os oceanos. Sem esse aquecimento, ambas as luas seriam gelo sólido. Para Europa, o oxigênio existe na superfície. Atravessar a grossa camada de gelo é o problema.
Um novo estudo liderado pelo pesquisador Marc Hesse, da UT Jackson School of Geosciences, sugere uma solução. A superfície de Europa está coberta de rachaduras. A ação de puxar e espremer da gravidade de Júpiter pode bombear a salmoura da superfície com oxigênio dissolvido através dessas rachaduras para o oceano abaixo. Eles estimam que 86% do oxigênio na superfície de Europa pode atingir o oceano através desse processo, permitindo que o oceano de Europa transporte tanto oxigênio quanto os oceanos da Terra. “Ele fornece uma solução para o que é considerado um dos problemas pendentes da habitabilidade do oceano subterrâneo da Europa”, diz Hesse.