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quarta-feira, dezembro 11, 2024
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“Terapeuta do tapa” condenada pela morte de cliente

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A terapeuta alternativa Hongchi Xiao, conhecida por promover a “terapia de tapas” como tratamento para diversas doenças, foi condenada nesta sexta-feira a 10 anos de prisão pela morte de uma mulher diabética de 71 anos que parou de tomar insulina durante um de seus workshops.

Xiao, de 61 anos, foi considerado culpado de homicídio por negligência grave por não buscar ajuda médica para Danielle Carr-Gomm, que sofreu intensas dores e convulsões no quarto dia do evento, em outubro de 2016.

Residente de Cloudbreak, Califórnia, Xiao defendia a terapia paida lajin, que consistia em incentivar os pacientes a se esbofetearem repetidamente para liberar “toxinas” do corpo. Embora a técnica tenha origem na medicina chinesa, críticos afirmam que ela carece de base científica, podendo causar hematomas, sangramentos ou consequências ainda mais graves.

Carr-Gomm foi a segunda paciente de Xiao a falecer. Ele havia sido previamente extraditado da Austrália, onde também foi condenado por homicídio após a morte de um menino de 6 anos cujos pais suspenderam o uso de insulina após frequentarem um de seus workshops em Sydney.

“Eu o considero perigoso, mesmo que você não compartilhe as características da maioria dos criminosos perigosos,” declarou o juiz Robert Bright durante a sentença no Tribunal de Winchester.

“Desde o primeiro dia do workshop, você sabia que Danielle Carr-Gomm havia interrompido o uso de insulina”, afirmou Bright. “Além disso, deixou claro que apoiava essa decisão.”

O juiz destacou que Xiao fez apenas um “esforço simbólico” para persuadir Carr-Gomm a retomar o uso do medicamento, mas apenas quando já era tarde demais. Ele também observou que Xiao não demonstrou remorso, continuando a promover a terapia paida lajin mesmo enquanto estava preso.

Diagnosticada com diabetes tipo 1 em 1999, Carr-Gomm buscava alternativas que a poupassem de injeções diárias, segundo seu filho, Matthew.

Ela participou de um workshop anterior de Xiao na Bulgária meses antes de sua morte, ocasião em que também ficou gravemente doente após suspender a insulina. Ainda assim, gravou um depoimento em vídeo elogiando Xiao como “um mensageiro enviado por Deus” e um revolucionário “que devolve às pessoas o poder de curar a si mesmas e transformar o sistema de saúde”.

Durante o retiro na Inglaterra, Xiao parabenizou Carr-Gomm por ter abandonado a insulina. No terceiro dia do evento, ela começou a vomitar, estava exausta e, à noite, gritava de dor, incapaz de responder às perguntas, relatou o promotor Duncan Atkinson.

Uma cozinheira que queria chamar uma ambulância optou por seguir a orientação de participantes experientes em terapias holísticas.

“Aqueles que aceitaram os ensinamentos do réu interpretaram erroneamente o estado da Sra. Carr-Gomm como uma ‘crise de cura’,” explicou Atkinson.

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