Abra o aplicativo da câmera no seu telefone e comece a gravar um vídeo. Coloque a tela bem na frente de seus olhos e tente usar a filmagem ao vivo como um visor. Complicado, certo? As formas, cores e movimento no vídeo são chocantes. Os cientistas dizem que este exercício é uma aproximação dos dados visuais confusos com os quais nossos olhos constantemente bombardeiam nosso cérebro. Então, como exatamente vemos sem sentir tonturas ou náuseas?
Em um novo artigo publicado no mês passado na revista Science Advances, pesquisadores da Universidade de Aberdeen e da Universidade da Califórnia em Berkeley descrevem uma “ilusão visual anteriormente desconhecida” que nos ajuda a suavizar o que vemos ao longo do tempo.
“Em vez de analisar cada instantâneo visual, percebemos em um determinado momento uma média do que vimos nos últimos 15 segundos”, observam os autores em um artigo publicado no The Conversation, um site onde os cientistas detalham rotineiramente seus trabalhos mais recentes. “Então, ao juntar objetos para parecerem mais parecidos uns com os outros, nosso cérebro nos engana para perceber um ambiente estável. Viver ‘no passado’ pode explicar por que não notamos mudanças sutis que ocorrem ao longo do tempo.”
Essa “ilusão de estabilidade visual” é uma ideia que pode exigir um pouco de explicação antes de fazer sentido intuitivo. Considere a capacidade de nossos olhos de focar em itens a alguma distância, permanecendo estável em sua capacidade de “travar” objetos em seu caminho. Agora, pense no que acontece com seus próprios globos oculares, enquanto eles estão focados; eles devem se mover ao redor para manter essa sensação de suavidade enquanto focam em objetos distantes – como um giroscópio que sempre permanece na vertical…