Por Lúcio Olivo Rosas
Por longos, mas prazerosos 25 anos, ministrei a disciplina de Mídia, dentre outras, para algumas instituições de ensino superior. Por mim, passaram mais de 2.000 mil alunos entre publicitários, jornalistas, administradores, além de alunos de pós-graduação e mestrado. Muitos galgaram destaque e visibilidade profissional. Um sentimento de “missão cumprida” como professor, e uma experiência incrível, em conhecer pessoas e ver seus caminhos se formando nessas áreas de grande importância econômica e humana.
Um fato recorrente e pitoresco era de que os alunos escolhiam Comunicação para não lidar com a matemática, pois achavam que não precisariam fazer cálculos, e a reação era das mais diversas, quando começávamos a aplicar em sala, as fórmulas de audiência, GRP, CPP, CPA, CPM, Tarp, Alcance Frequência, ROI.
Aos poucos, viam que não era “tudo aquilo”, e que aqueles dados extraídos da análise do comportamento de consumo das diferentes mídias estudadas, davam a eles, segurança para a tomada de uma decisão estratégica. Percebiam que entender o significado dos dados era o alicerce para a melhor escolha de um veículo de comunicação em uma campanha publicitária, e principalmente, decisivo na sua aprovação junto aos clientes.
Portanto, além de simples cálculos, tínhamos que trabalhar não só o lado estratégico da mídia, mas o lado humano, exercitando valores como a ética, liderança, empatia e respeito para com o público-alvo a ser atingido pela divulgação, e ainda, postura e seriedade junto ao cliente, que transferia a eles, a confiança para gerir os investimentos do anunciante. Não era só fazê-los profissionais, mas pessoas de caráter e cidadãos responsáveis para com a sociedade.
Como professor de Mídia, pude sentir uma emoção indescritível em minha vida, que é a pureza da gratidão estampada em cada aluno nas inúmeras formaturas em que tive a honra de ser homenageado, e que me levava sempre as lágrimas. Confesso, no meu último dia de aula, após os alunos já terem saídos da sala, fiquei sozinho por alguns instantes no silêncio daquele momento, e percebi que tudo havia valido a pena, e me emocionei, mas de alegria, de emoção e de agradecimento a Deus, por ter me proporcionado viver momentos únicos durante todos esses anos.
“A adaptação as rápidas mudanças tecnológicas exigem uma pesquisa antecipada dos fatos, e provoca uma deliciosa rotina de pesquisa e de conhecimento, e assim entender que o profissional de mídia nada sabe do agora, mas sabe muito do amanhã”. LOR.
Ser um profissional de mídia hoje requer VOLATILIDADE, estar atentos a cenários que mudam muito rápido; trabalhar com as INCERTEZAS do futuro, e se abraçar na tecnologia para que sua visão se expanda; é tentar desembaraçar a COMPLEXIDADE da sociedade, quando dependemos de mais coisas para entender o comportamento das pessoas, e é relativizar a AMBIGUIDADE, no entendimento dos diferentes impactos gerados em diferentes perfis de pessoas.
“Quando lidamos com as conexões de significados, o incerto é o desafio, a emoção é a resposta”. LOR.
Basicamente, não falamos mais só de Internet, Jornal, TV, Rádio, Revista, Outdoor, hoje, esse profissional tem de estudar a fundo as personas da marca/produto/serviço. E só então definir quais dos diversos canais ONLIFE são os mais indicados para o seu anunciante.
ONLIFE = Off-line + On-line. Agora é tudo junto e misturado!
(Será conteúdo nas próximas edições desta coluna).
Tudo depende das Personas identificadas e de onde elas estão para serem alcançadas pela comunicação, e que cada vez mais estão presentes na WEB. Portanto, o conteúdo lá atrás inserido na rotina desse profissional, agora ganha novos contornos em Métricas, Performance, Adwords, Engajamento, Taxa de Cliques e ROI, mas o que não muda é a necessidade de termos profissionais com valores a frente dessa importante profissão.
Feliz Dia do Profissional de Mídia!
Prof. Me. Lúcio Olivo Rosas
É Mestre em Comunicação e Semiótica: Significação das mídias, Professor universitário e Market intelligence Professional