Uma missão da NASA, desativada em 2022, auxiliou os cientistas na detecção de água na superfície de dois asteroides.
Pesquisadores do Southwest Research Institute conseguiram identificar moléculas de água utilizando dados do Observatório Estratosférico de Astronomia Infravermelha, um projeto conjunto entre cientistas da NASA e da Agência Espacial Alemã na DLR, de acordo com um comunicado de imprensa e um artigo científico. Anteriormente, os cientistas haviam detectado alguma forma de hidrogênio nos asteroides, mas não conseguiam diferenciar entre água e seu parente químico próximo, o hidroxila.
Eles analisaram quatro asteroides ricos em silicato, um material que inclui silício e oxigênio, entre outras moléculas, e descobriram a presença de água molecular em dois deles. Esses asteroides se formam nas proximidades do sol, e compreender melhor esse tipo de asteroide pode contribuir para entendermos como os materiais no espaço foram distribuídos e evoluíram.
“Os asteroides são remanescentes do processo de formação planetária, então suas composições variam dependendo de onde se formaram na nebulosa solar”, afirmou Anicia Arredondo, do Southwest Research Institute, em um artigo publicado no Planetary Science Journal, no qual foi a principal autora.
A descoberta de moléculas de água nos asteroides pode fornecer insights sobre como a água se tornou abundante na Terra, disse Arredondo. Além disso, pode ajudar a compreender como a água foi distribuída em outros sistemas solares, potencialmente indicando locais onde buscar por outras formas de vida no espaço.
Água também foi detectada na superfície da lua em quantidade suficiente para encher uma garrafa de 12 onças. As moléculas de hidrogênio estavam “presas em um metro cúbico de solo espalhado pela superfície lunar” e “ligadas quimicamente em minerais”. Segundo Arredondo, a “abundância de água” encontrada nos asteroides é consistente com a água encontrada na lua, evidenciando que a água pode estar associada a minerais ou outros materiais.
A pesquisa sobre água em asteroides e outros corpos celestes continuará avançando, disse Arredondo. Os pesquisadores planejam estudar outros 30 alvos para “ampliar nossa compreensão da distribuição de água no sistema solar”. A equipe utilizará o Telescópio Espacial James Webb para investigar alguns desses alvos.