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sexta-feira, novembro 22, 2024
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Poluição sonora pode acabar com a sua saúde

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Se você vive em uma cidade, perto de uma rodovia ou a alguns quilômetros de um aeroporto, provavelmente já se acostumou com os sons de sirenes, caminhões pesados passando ou aviões decolando. Esse “sinfonia” urbana pode parecer apenas um ruído de fundo, mas os especialistas alertam que essa poluição sonora pode trazer sérias consequências à saúde. Estima-se que 1 em cada 3 pessoas esteja exposta a níveis excessivos de ruído, o que pode causar desde perda auditiva até problemas cardiovasculares.

O que é poluição sonora? Historicamente, a poluição sonora era definida como “som indesejado”. No entanto, isso é subjetivo: a música de uma pessoa pode ser agradável para ela, mas ruído para outra, como explica Rick Neitzel, professor de saúde ambiental. Hoje, o conceito foi ampliado para incluir “som indesejado e/ou prejudicial”. Segundo Jamie Banks, fundadora do grupo Comunidades Quietas, a poluição sonora ocorre quando somos expostos involuntariamente a ruídos que podem ser prejudiciais à saúde.

Embora ouvir música alta por escolha própria possa prejudicar a audição, a poluição sonora envolve ruídos constantes e incontroláveis, como o barulho contínuo de uma fábrica ou aviões decolando perto de casa. Grande parte dessa poluição vem do transporte – tráfego, rodovias e ferrovias – ou de plantas industriais, e não de fontes pontuais como festas ou shows.

Como a poluição sonora afeta a saúde? Além da perda auditiva, a exposição prolongada a ruídos constantes ou de alta intensidade pode acionar uma resposta de estresse no corpo. O cérebro, através da amígdala, que controla emoções e o estresse, reage ao ruído com uma cascata de reações fisiológicas, como aumento da viscosidade do sangue, do nível de açúcar e da pressão arterial, o que pode danificar os vasos sanguíneos.

  • Saúde cardiovascular: Estudos mostram que a poluição sonora está associada a hipertensão, derrames e ataques cardíacos. A exposição crônica ao ruído pode gerar inflamação, afetando a saúde do coração.
  • Sono: Pessoas que vivem perto de aeroportos, por exemplo, têm o sono frequentemente interrompido por ruídos acima de 55 decibéis, o que ativa o sistema nervoso central e piora a qualidade do sono, com possíveis impactos na saúde cardiovascular e cerebral.
  • Saúde metabólica: A exposição prolongada ao estresse causado pelo ruído pode contribuir para a resistência à insulina, um precursor do diabetes tipo 2, e afetar os rins. A poluição sonora também tem sido associada à síndrome metabólica, que inclui obesidade abdominal e altos níveis de colesterol e açúcar no sangue.
  • Saúde mental e cognitiva: O barulho constante, especialmente de tráfego, pode aumentar as chances de ansiedade e depressão. Além disso, crianças expostas a ambientes barulhentos apresentam pior desempenho escolar, afetando sua trajetória educacional.

O que fazer para reduzir a exposição à poluição sonora? Os especialistas concordam que a poluição sonora deve ser abordada em nível coletivo, com políticas públicas eficazes. A poluição sonora tende a ser pior em bairros mais pobres, onde as populações de cor são maiores, o que agrava a desigualdade de saúde.

Mesmo que não seja possível eliminar totalmente os riscos cardiovasculares causados pelo ruído, práticas saudáveis como exercícios físicos e alimentação adequada podem ajudar a reduzir os efeitos do estresse. Além disso, é possível reduzir a exposição direta ao ruído, por exemplo, evitando áreas de construção ou usando máquinas de ruído branco e fones com cancelamento de ruído para dormir melhor.

A poluição sonora é um problema real e subestimado, com implicações significativas para a saúde. Tomar medidas para reduzir a exposição ao ruído e promover políticas públicas pode ajudar a minimizar seus efeitos danosos.

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