E se, em vez de vestir roupas volumosas ou recorrer a jaquetas aquecidas por bateria para enfrentar o frio, suas roupas pudessem se aquecer sozinhas usando apenas a luz do sol? Já ouvimos falar de tecidos que transformam roupas em displays interativos, mas agora cientistas criaram algo realmente inovador: um tecido inteligente de aquecimento que se aquece sozinho apenas com a luz solar.
O segredo desse tecido está na composição especial dele. Os pesquisadores incorporaram nanopartículas dentro de fibras feitas de poliuretano termoplástico (PTU), um material comum em roupas esportivas à prova d’água. Essas nanopartículas, feitas de polianilina (PANI) e polidopamina (PDA), possuem a capacidade de absorver luz solar em uma ampla faixa de comprimentos de onda.
A partir daí, o tecido usa um processo chamado conversão fototérmica para transformar a luz coletada em calor, elevando sua temperatura em mais de 30°C em apenas 10 minutos de exposição ao sol. Mas os cientistas foram além.
O material também contém corantes sensíveis à temperatura, que mudam de cor conforme o tecido aquece, criando um indicador visual da variação térmica. Em testes, um pequeno suéter tricotado com esse tecido atingiu impressionantes 53,5°C após apenas 10 minutos sob a luz solar. Seu tom vermelho vibrante foi gradualmente desbotando para branco à medida que a temperatura subia, sinalizando a mudança de calor.
Diferente das roupas aquecidas tradicionais, que dependem de baterias ou elementos metálicos, esse tecido é autossustentável, leve e extremamente durável. Os pesquisadores afirmam que ele mantém sua elasticidade, pode se esticar até cinco vezes o tamanho original e continua eficiente tanto no aquecimento quanto na mudança de cor mesmo após 25 lavagens.
Dizer que esse tecido pode revolucionar roupas para atividades ao ar livre, equipamentos de resgate, vestimentas militares e até roupas para animais de estimação em climas frios é pouco. Como não depende de fontes externas de energia, ele pode ser especialmente útil em ambientes remotos ou fora da rede elétrica.
Agora, o foco dos pesquisadores está em reduzir os custos de produção e simplificar a fabricação desse tecido. Quando esses desafios forem superados, é bem possível que novas peças de roupa feitas com esse material inovador cheguem ao mercado.
