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domingo, maio 12, 2024
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Astronautas sofrem com longas missões espaciais

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Um novo estudo sugere que os cérebros dos astronautas podem sofrer como resultado de longas missões e frequentes viagens ao espaço.

A viagem espacial tem sido associada a alterações cerebrais generalizadas em estudos anteriores. Compreender essas mudanças e como elas podem afetar missões futuras, como as de longo prazo planejadas para Marte, pode ser essencial para seu sucesso.

Os ventrículos do cérebro, que podem se expandir em até 25%, são as alterações cerebrais relacionadas a voos espaciais mais duradouras já encontradas. O líquido cefalorraquidiano, que ajuda a nutrir, proteger e eliminar resíduos do cérebro, preenche os ventrículos. Os ventrículos se expandem e o cérebro se desloca para cima no crânio quando não há atração gravitacional.

Os efeitos dessa expansão ventricular a longo prazo ainda são desconhecidos. “Não está claro como isso afeta o desempenho e a saúde a longo prazo”, diz a pesquisadora de saúde espacial Judy Armson, autora sênior do estudo.

O efeito dessa expansão do ventrículo em variáveis como duração da missão, número de missões anteriores realizadas ou tempo entre as missões permanece um mistério. Armson e seus colegas usaram ressonância magnética para examinar os cérebros de 30 astronautas antes e depois do voo espacial para descobrir. Eles examinaram oito astronautas que completaram missões de duas semanas, 18 que completaram missões com duração de seis meses e quatro que completaram missões mais longas com duração de até um ano.

Os cientistas descobriram que o inchaço do ventrículo era maior durante os primeiros seis meses de voos espaciais para missões mais longas.

Armson declarou em um comunicado: “O maior salto ocorre quando você passa de duas semanas a seis meses no espaço.” Depois de apenas duas semanas, não há aumento perceptível no volume dos ventrículos.”

Essas descobertas podem ser bem-vindas à luz do recente aumento do turismo espacial, já que viagens espaciais mais curtas parecem ter pouco efeito no cérebro. Após seis meses no espaço, a taxa de dilatação ventricular desacelerou, o que pode ser animador porque, segundo Armson, essas alterações não continuam a aumentar com o tempo. “Para missões de longo prazo como as de Marte, é importante saber disso”, disse ela.

Os pesquisadores também descobriram que um intervalo de menos de três anos entre os voos espaciais pode não ser suficiente para que os ventrículos se recuperem totalmente ao estado anterior ao voo espacial. Armson afirmou: “Este é um período de tempo surpreendente.”

O planejamento de futuras missões espaciais pode ser influenciado por essas descobertas. “Não está claro se ou como isso afetará a programação do voo”, afirmou Armson, “mas uma vez que as implicações médicas dessa expansão do ventrículo permanecem incertas”. É possível que esperar tanto seja desnecessário.

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