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quinta-feira, setembro 12, 2024
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Arqueólogos encontram fóssil com cérebro e outros órgãos intactos

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Sabemos como os fósseis costumam ser. Fósseis de dinossauros, por exemplo, geralmente são ossos que se transformaram em pedra e sobreviveram à passagem do tempo, às vezes formando grandes coleções que, se tivermos sorte, podem ser reconstituídas para representar o animal inteiro que uma vez sustentaram.

No entanto, nem todos os fósseis são assim. Alguns são apenas impressões de pequenas criaturas ou animais deixadas nas rochas, mas a maioria tem algo em comum—são apenas as partes duras que permanecem. A menos que sejam encontrados em ambientes particularmente favoráveis à preservação, os tecidos moles se degradam ao longo do tempo, deixando apenas ossos petrificados.

Mas há exceções. Às vezes, temos sorte—como em uma recente descoberta de um fóssil de larva de verme de 520 milhões de anos que ainda tinha o cérebro e os órgãos internos preservados.

“É sempre interessante ver o que há dentro de uma amostra usando imagens 3D,” disse Katherine Dobson, uma das coautoras de um novo estudo centrado nessa descoberta notável. “Mas nesta minúscula larva incrível, a fossilização natural alcançou uma preservação quase perfeita.”

Essa “preservação quase perfeita” fez do espécime um verdadeiro tesouro para os biólogos evolutivos. Segundo o comunicado de imprensa, as estruturas observadas dentro da criatura—que foram estudadas por meio de imagens 3D geradas a partir de varreduras usando uma técnica chamada tomografia de raios X por síncrotron—incluíam um cérebro, glândulas digestivas, um sistema circulatório primitivo e até mesmo vestígios dos nervos que forneciam as pernas e olhos simples da larva. O nível incrível de detalhes preservados neste fóssil antigo revelou que os cientistas subestimaram anteriormente a complexidade dos primeiros artrópodes—um grupo que surgiu durante a Explosão Cambriana e inclui caranguejos, lagostas, insetos e milípedes.

Esse detalhe também permitiu que os cientistas traçassem conexões evolutivas entre as criaturas antigas e as que vivem hoje. Por exemplo, preservado na larva estava uma região do cérebro conhecida como protocérebro. Agora que os cientistas a observaram, podem ver que evoluiu para o “tubo” das cabeças dos artrópodes, o que permitiu a essas criaturas prosperar em ambientes diversos—das profundezas do oceano a todos os continentes da Terra, incluindo a Antártida.

“Quando eu sonhava acordado sobre o fóssil que eu mais gostaria de descobrir,” disse Martin Smith, o pesquisador principal do estudo, “sempre pensava em uma larva de artrópode, porque os dados de desenvolvimento são fundamentais para entender sua evolução. Mas as larvas são tão pequenas e frágeis que as chances de encontrar uma fossilizada são praticamente zero—ou pelo menos eu pensava! Eu já sabia que este simples fóssil semelhante a um verme era algo especial, mas quando vi as estruturas incríveis preservadas sob sua pele, meu queixo caiu—como essas características intrincadas evitaram a decomposição e ainda estão aqui, visíveis, meio bilhão de anos depois?”

Por enquanto, os cientistas estão felizes por terem encontrado uma criatura tão bem preservada, oferecendo um vislumbre único de como era a vida em nosso passado distante.

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