As pessoas estão fazendo escolhas um pouco mais saudáveis quando se trata da alimentação, porém ainda não atingiram o ideal. Essa é a conclusão de um novo estudo que aponta onde as pessoas estão falhando em relação a uma dieta considerada perfeita.
A nova pesquisa mediu a quantidade de componentes como frutas, vegetais, grãos integrais, leguminosas, oleaginosas, bebidas açucaradas e carnes processadas no consumo diário das pessoas, comparando com os padrões recomendados. Uma dieta foi considerada ruim quando atendia 40% ou menos desses padrões, intermediária quando entre 40% e 79,9%, e ideal quando 80% ou mais.
No geral, os dados sugerem que as dietas estão melhorando. O estudo constatou que, entre 1999 e 2020, a proporção de adultos com dietas ruins diminuiu de 48,8% para 36,7%. Aqueles com dietas intermediárias aumentaram de 50,6% para 61,1%. No entanto, o percentual de adultos com dietas ideais permaneceu muito baixo, passando de apenas 0,66% para 1,58%.
O autor do estudo, Dr. Rui Carvalho, cardiologista, afirma que os resultados trouxeram “boas e más notícias”. Ele destaca que “pelo lado positivo, as dietas estavam melhores em 2020 do que em 1999”. Porém, aponta que essas melhorias ocorreram entre 1999 e 2010. Desde então, “a qualidade das dietas ficou praticamente estagnada”.
Carvalho revela que o estudo identificou grandes disparidades nessas melhorias quando analisadas por idade, gênero, escolaridade e renda. Enquanto os maiores avanços foram observados entre adultos mais jovens, mulheres, hispânicos e aqueles com maior escolaridade e renda, os progressos foram menores entre idosos, homens, negros e pessoas de baixa renda ou com insegurança alimentar.
“Entre as famílias de maior renda, o percentual com dietas ruins diminuiu de 46% para 30% (uma redução absoluta de 16%) entre 1999 e 2020”, explica Carvalho. “Já entre as famílias de baixa renda, a queda foi apenas de 52% para 47% (redução absoluta de 5%).”
Em resumo, “os ricos estão ficando mais ricos – inclusive na qualidade dos alimentos que consomem”, expõe Carvalho.
O estudo evidencia que, embora estejamos caminhando na direção certa, ainda há um longo caminho a percorrer para atingirmos padrões dietéticos saudáveis de forma universal. Além disso, destaca as desigualdades socioeconômicas como um fator determinante no acesso a uma alimentação equilibrada e nutritiva.
Aqui está o texto reescrito:
De acordo com a nutricionista Neriane Oliveira, “O estudo revela uma modesta melhora nas dietas americanas nas últimas duas décadas, mas enfatiza que disparidades significativas persistem, com muitos ainda enfrentando baixa qualidade alimentar. Esse achado é preocupante, dado o aumento paralelo de doenças crônicas ligadas à má nutrição, destacando a urgência de abordar esses desafios.”
A nutricionista Silvia Hartkopf afirma que a maioria das pessoas “precisa melhorar” e que, “no geral, ainda consumimos muito sódio e alimentos processados e não o suficiente de frutas e vegetais”, mesmo que, conforme o estudo, os indivíduos estejam reduzindo o consumo de bebidas açucaradas, sucos de frutas e grãos refinados.
Carvalho aponta que as maiores falhas estão no que falta nas dietas, com “poucos alimentos protetores como frutas, vegetais, grãos integrais, oleaginosas e peixes/frutos do mar”. Ele ressalta que esta é uma mensagem importante, pois por muito tempo as políticas focaram em remover aspectos negativos da alimentação, em vez de adicionar alimentos saudáveis.
Aumentar o consumo dos alimentos recomendados é o primeiro passo para se aproximar de uma dieta ideal. Veja algumas dicas de especialistas que facilitam essa tarefa:
- “Se as frutas e verduras estiverem caras ou fora de temporada, opte pelas congeladas”, orienta Hartkopf. “Elas duram mais, são tão nutritivas quanto e mais baratas que as frescas.”
- Reduza o açúcar e alimentos processados, aconselha a nutricionista Milena Batista. Isso significa comprar menos produtos como biscoitos, bolos e salgadinhos industrializados, que são pobres em nutrientes e podem deixá-lo com fome depois. “Isso pode fazer uma grande diferença na saúde”, diz ela. Alimentos integrais, como frutas, podem satisfazer o desejo por doces.
- Gosta de guacamole? Gomer permite “adicionar abacate a tudo”. A fruta (sim, é uma fruta!) adiciona “gorduras ômega-3 anti-inflamatórias à dieta” e é rica em fibras.
- Prepare refeições em casa, sugere Oliveira, em vez de optar por comida rápida ou refeições em restaurantes, para ter mais controle sobre os ingredientes. Além de mais vegetais e frutas no prato, “escolha grãos integrais e proteínas magras”, como camarão com arroz e vegetais ou burrito de feijão com tortilha integral.
- “Estoque grão-de-bico, feijões pretos, brancos e vermelhos enlatados”, recomenda Oliveira. “São baratos, ricos em proteína e podem ser adicionados a sopas, saladas, tacos e mais.”
- Elimine refrigerantes e sucos de frutas açucarados, diz Oliveira. “Se não gosta de água pura, aromatize a água com gás com um toque de limão ou lima.”