Uma equipe multidisciplinar das universidades Politécnica de Madrid e Zaragoza, na Espanha, desenvolveu um processo que aumenta a porcentagem de cobre extraído dos minérios usando catalisadores de carbono preparados a partir de biomassa.
Encontrar novas minas de metais economicamente importantes é uma tarefa cada vez mais difícil, já que a maioria das ocorrências no planeta já são conhecidas e exploradas, algumas há milênios.
Por isso, é importante retirar cada grama – na verdade, cada fração de grama – de metal contido no minério porque qualquer ineficiência no processo significa que o metal irá virar rejeito, o termo que engenheiros de minas e geólogos usam para o lixo da mina.
Cerca de 80% das reservas de cobre do mundo estão contidas em um mineral chamado calcopirita (CuFeS2), que precisa ser moída e submetida a um processo chamado flotação, em que o cobre flutua dentro de um reator como uma espécie de nata na superfície de um composto químico altamente ácido. Essa nata é retirada e então fundida, gerando o cobre metálico.
A proposta da equipe da professora Ana Méndez era criar um processo hidrometalúrgico – extração em meio aquoso – que pudesse ser aplicado à calcopirita e que não usasse compostos químicos muito agressivos.
Bio-hidrometalurgia
A solução veio na forma de um carbono ativado feito a partir da biomassa que sobra da colheita do trigo, que funciona como catalisador na lixiviação do cobre.
O processo gerou um aumento de até 20% no cobre metálico extraído do mineral, uma marca verdadeiramente revolucionária para uma mineradora que está descartando o metal contido como rejeito.
Além disso, o carvão ativado de biomassa absorve o enxofre, presente no minério, e reduz a lixiviação do arsênico, usado no processo de obtenção do concentrado de cobre, reduzindo o impacto ambiental do processo.
“Os resultados mostram que o uso de determinados carvões ativos derivados de biomassa como catalisadores na lixiviação de concentrados de sulfetos metálicos pode contribuir para o desenvolvimento de processos hidrometalúrgicos sustentáveis; uma questão, a da sustentabilidade, fundamental na mineração atual,” disse Ana.
A pesquisadora afirmou que sua equipe continua trabalhando na melhoria do processo, com o objetivo de reduzir os tempos de reação, a recuperação do catalisador e para aumentar ainda mais o percentual de recuperação do cobre. Informações do portal Inovação Tecnológica