O vice-governador Darci Piana participou do lançamento da pedra fundamental do Horto de Plantas Medicinais, Aromáticas e Condimentares Pesquisadora Beatriz Rugani Ribeiro de Castro, em um evento realizado na sede de pesquisa do IDR-Paraná, em Londrina.
O projeto receberá um investimento inicial de R$ 5,8 milhões, oriundos do Fundo Paraná, administrado pela Seti (Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior), além de R$ 700 mil adicionais provenientes de uma emenda parlamentar.
O horto ocupará uma área de dez mil metros quadrados na sede do IDR-Paraná e contará com estufas, canteiros para cultivo, laboratórios para análise química e desenvolvimento de produtos, além de um sistema de irrigação e salas para preparo e treinamento. Uma área adicional de cinco mil metros quadrados será dedicada à conservação de plantas medicinais, aromáticas e condimentares de porte arbóreo.
Segundo o vice-governador, o Paraná contará com uma estrutura dedicada ao estudo dos efeitos medicinais dessas plantas, e o IDR-Paraná desempenhará essa tarefa com grande cuidado. O secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Natalino Avance de Souza, também ressaltou a importância do projeto e o papel fundamental do Estado em promover esse tipo de iniciativa, enfatizando que certos avanços na agricultura só são possíveis por meio de instituições públicas.
Durante o evento, os participantes deixaram mensagens em uma “cápsula do tempo”, que será aberta na inauguração do horto, prevista para ocorrer em dois anos.
PESQUISA – De acordo com Vania Moda Cirino, diretora de pesquisa e inovação do IDR-Paraná, a iniciativa vem coroar mais de 50 anos de pesquisas na área, iniciadas ainda na década de 1970. “Será um centro interdisciplinar de referência em conservação da biodiversidade e desenvolvimento tecnológico que, certamente, beneficiará agricultores, a economia regional e a saúde da população em geral”, explicou.
O horto vai operar com abordagem multifacetada e foco na preservação da biodiversidade, principalmente a local e ameaçada. “Serão implantados protocolos para a produção e distribuição de mudas certificadas a produtores interessados, garantindo as propriedades fitoquímicas das plantas”, acrescentou.
A instituição conta com um acervo de 135 espécies em cultivo permanente. Com a estruturação do horto, a expectativa é de que esse número ultrapasse 400. “Além da preservação nos herbários, a implantação de um horto é a melhor alternativa para manutenção de uma coleção rica e diversificada de plantas vivas como a do IDR-Paraná”, afirmou Cirino.
Bioinsumos são produtos naturais que podem ser utilizados no manejo sustentável de pragas e doenças das lavouras. Podem substituir ou complementar agroquímicos, reduzindo os impactos ambientais e protegendo a saúde do agricultor e do consumidor.
PARCERIAS – A implantação e a operacionalização do horto serão impulsionadas por parcerias com universidades, centros de pesquisa e o setor privado. “Colaboração com a UEL (Universidade Estadual de Londrina) e a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) fortalecerão a pesquisa interdisciplinar e a troca de conhecimentos. A participação de empresas privadas no projeto será essencial para dar escala aos produtos desenvolvidos”, conclui Cirino.
HOMENAGEM – O horto leva o nome da pesquisadora Beatriz Rugani Ribeiro de Castro. Recém-formada em Agronomia pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, ligada à USP (Universidade de São Paulo), ela ingressou em 1985 no quadro de servidores do antigo Iapar (Instituto Agronômico do Paraná), com apenas 23 anos, para trabalhar com plantas medicinais, aromáticas e condimentares, em uma linha de pesquisa à época denominada de “plantas potenciais”. Beatriz Castro faleceu precocemente, ainda no início de sua carreira, em 1993, vítima de um acidente de trânsito
PRESENÇAS – Participaram da solenidade o diretor-presidente do IDR-Paraná, Richard Golba; o deputado federal Tadeu Veneri; o secretário da inovação, modernização e transformação digital, Alex Canziani; o chefe da Casa Militar, tenente-coronel Marcos Antonio Tordoro; a reitora da UEL, Marta Fávaro; a coordenadora regional da Casa Civil em Londrina, Sandra Moya; o diretor-presidente da Invest Paraná, Eduardo Bekin; e o presidente da Sociedade Rural do Paraná, Marcelo Janene El-Kadre, além de pesquisadores, técnicos e lideranças ligadas à agricultura e ao segmento de ciência e tecnologia.