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quinta-feira, novembro 21, 2024
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Desafios tecnológicos dominaram debates em evento de educação em Curitiba

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Auditórios lotados marcaram o início do IV Congresso Internacional Um Novo Tempo na Educação e a realização do II Fórum Nacional de Prefeitos e Dirigentes Municipais de Educação.

“Precisamos inventar uma nova forma de fazer educação, uma nova sala aula, um novo professor, algo que vai incluir e unir as novas tecnologias, as novas pedagogias, e que traga novos conteúdos”. A fala do ex-ministro da Educação, Cristovam Buarque, durante sua participação no IV Congresso Internacional Um Novo Tempo na Educação, resume o tom do primeiro dia de debates, em Curitiba.

O evento, organizado pelo Instituto Casagrande, reúne importantes especialistas e dirigentes da educação de todo o país. As palestras e discussões da quarta-feira tiveram como principal tema os desafios da educação frente aos avanços tecnológicos mais recentes, como a Inteligência Artificial (IA). Em sua palestra sobre a educação nos novos tempos, o presidente do Instituto, Renato Casagrande, lembrou que a pandemia da Covid-19 obrigou a se pensar em novas formas de ensino, com o uso da tecnologia. Na mesma linha de pensamento de Buarque, Casagrande ressaltou que é preciso fazer uma recomposição da aprendizagem no Brasil. “É necessário investir no desenvolvimento cognitivo e emocional dos alunos e realizar uma nova abordagem de aprendizagem, que deverá ser ao mesmo tempo híbrida, interativa, significativa, ativa e personalizada”, disse.

Alguns aspectos sobre a Inteligência Artificial e suas ferramentas, principalmente o ChatGPT, estão causando um grande frisson na educação – pois é algo que pode impactar fortemente no trabalho dos professores e dos alunos, influenciando na aprendizagem e na assimilação dos conteúdos. “É uma tecnologia que se torna expoente. E o ChapGPT é uma das dezenas de ferramentas de IA que estão chegando no mercado, mas entrou em evidência e acaba permeando muitos debates durante o Congresso, que trata do novo tempo, o qual perpassa sobre a questão das tecnologias”, pontuou Ronaldo Casagrande, vice-presidente do Instituto e especialista no tema.

Participaram também do primeiro dia do Congresso os secretários de Educação de São Paulo, Renato Feder, e do Paraná, Roni Miranda Vieira, e vários secretários municipais de Educação, como Maria Silvia Bacila (Curitiba-PR), Silvana de Souza (Araçatuba-SP), Miquéias Nantes (Rio Brilhante-MS), Helter Bochi (Marília-SP), Emanuela Wolff (Jaraguá do Sul-SC), dentre outros.

O Fórum Nacional de Prefeitos e Dirigentes Municipais de Educação, paralelo ao Congresso e realizado em conjunto pelo Instituto e a Associação dos Municípios do Paraná (AMP), teve como questões centrais a importância da valorização do magistério e a melhoria da aprendizagem e a redução das desigualdades educacionais, além da necessidade da implantação de uma estrutura básica de carreira para professores municipais e estaduais.

“É importante a valorização da carreira de professor com remuneração adequada e com gestão pedagógica do currículo, incentivo das boas práticas, troca de experiências, com o professor dedicado a uma só escola. Também são necessários investimentos na educação infantil de qualidade e com equidade, e dar mais atenção ao Ensino Fundamental II (6º ao 9º ano).  A alfabetização deve ter investimentos pesados, com destaque para as competências híbridas e as novas metodologias”, afirmou Maria Helena Guimarães de Castro, presidente da Associação Brasileira de Avaliação Educacional (Abave), que participou do painel “Educação Pública de Alto Impacto”.

“Os prefeitos e autoridades presentes no Fórum trouxeram também os dilemas sobre os recursos do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica), de como se organiza a educação no Brasil com as verbas disponíveis. Estamos vivendo um momento de novo governo e existe toda uma legislação que deve ser discutida”, destacou Renato Casagrande.

O ex-ministro Cristovam Buarque, por sua vez, defendeu a adoção, pelo governo federal, das escolas municipais e estaduais nas regiões em que o poder público local não tem recursos para mantê-las. “Temos que dar a todos no Brasil escolas com a mesma qualidade”, avaliou.

O IV Congresso Internacional Um Novo Tempo na Educação segue até esta sexta-feira (2), com palestras, mesas de debates e painéis. O evento também destaca uma feira com novidades na área de educação, apresentações musicais e lançamentos de livros.

No primeiro dia do evento, os teatros Fernanda Montenegro e Paulo Autran, localizados no Shopping Novo Batel, estiveram lotados em todas as atividades realizadas. “Tivemos os dois auditórios cheios e muita audiência nas transmissões on-line dos dois eventos. Foram palestras que trouxeram temas importantes para o debate da educação pública no Brasil”, finalizou Renato Casagrande.

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