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Espécie nova de peixe é descoberta no Brasil

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Nas profundezas da bacia amazônica, o rio Juma se divide em braços que adentram a floresta tropical.

À medida que penetra nas árvores, seu fluxo diminui, formando pequenas lagoas cheias de areia, folhas mortas e detritos florestais submersos.

Em uma dessas lagoas de água escura, um pequeno peixe navega pelas águas repletas em busca de alimento.

Um grupo de pesquisadores encontrou o peixe ali e examinou de perto a “marca escura” que reveste sua região dorsal.

Tratava-se de uma nova espécie.

A criatura escamada pertencia ao gênero Cyphocharax, um pequeno grupo de peixes que habitam toda a América do Sul, conforme relatado em um estudo de 5 de abril publicado no periódico Neotropical Ichthyology.

“A marca extremamente alongada e escura no pedúnculo caudal é a característica morfológica definidora de (a nova espécie)”, afirmaram os pesquisadores.

O peixe também possui uma cabeça arredondada, escamas de cor que varia de oliva a prateada, e uma listra “profunda e escura” e “discreta” que percorre o comprimento de seu corpo, de acordo com o estudo.

O rio onde o peixe vive é um afluente do rio Madeira, “um dos sistemas fluviais mais amplos e ricos em espécies” da bacia amazônica, disseram os pesquisadores.

Embora mais de 800 espécies de peixes já tenham sido descritas nessas águas, a nova espécie se destaca não apenas pela mancha de cor em seu lado.

A espécie recebeu o nome de Cyphocharax orion, não pela marca escura, mas em homenagem à “força, bravura e brilho do universo”, explicaram os pesquisadores.

Orion, significando “luz do céu” ou Arion, significando “guerreiro”, tem origem na mitologia grega, de acordo com o estudo.

“Orion era um gigante caçador que, após ser morto pelo Escorpião enviado pela Terra, mãe Gaia, foi colocado no céu noturno como a constelação de Orion por Zeus ou Ártemis”, detalharam os pesquisadores. “A Constelação de Orion contém a Grande Nebulosa de Orion, uma das nebulosas mais brilhantes no céu visível, e o asterismo do Cinturão de Orion formado por três supergigantes azuis brilhantes: o sistema estelar triplo Alnitak, a estrela principal Alnilam e o sistema estelar múltiplo Mintaka.”

Assim como essas estrelas vêm em conjuntos de três, o peixe provém dos três principais sistemas fluviais do sul da Amazônia, esclareceram os pesquisadores.

Esses rios enfrentam forças antropogênicas, ou causadas pelo ser humano, que ameaçam as espécies que abrigam, então viver e sobreviver lá é um ato de um guerreiro – mesmo para um peixe.

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