O Governo do Paraná anunciou duas novas iniciativas voltadas à inovação: a criação de um hub para Govtechs e a assinatura de um acordo de colaboração com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), que fornecerá apoio técnico para futuras contratações estaduais em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).
Os anúncios ocorreram durante a abertura do 2º Seminário Estadual de Contratação de Inovação pelo Setor Público, em Curitiba, evento que reuniu mais de 700 participantes, entre gestores públicos, servidores, acadêmicos e outros interessados no tema de compras públicas voltadas à inovação.
O novo hub para Govtechs, que são empresas especializadas em desenvolver soluções tecnológicas para a administração pública, terá como sede o Canal da Música, em Curitiba. O espaço, atualmente em reforma, será dedicado à incubação e aceleração de startups que desenvolverão produtos, processos e serviços voltados a resolver os desafios do setor público no Paraná. O local contará com coworking, equipamentos e salas para reuniões e palestras, oferecendo um ambiente propício para a inovação.
MODERNIZAÇÃO – A SEI e a ABDI assinaram um Protocolo de Intenções para oficializar uma nova colaboração entre as duas instituições. A parceria com a ABDI visa proporcionar apoio técnico especializado para futuras contratações de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). A agência conta com o primeiro Escritório de Encomendas Tecnológicas do Brasil, chamado Hubtec, que se dedica à assessoria técnica especializada para contratações públicas inovadoras e à difusão de instrumentos de compras públicas para inovação.
As Encomendas Tecnológicas (Etecs) funcionam como instrumentos que possibilitam ao governo a contratação de soluções inovadoras que ainda não estão disponíveis no mercado, com ênfase em pesquisa e desenvolvimento. Ao contrário das aquisições convencionais, nas quais o governo adquire produtos ou serviços já existentes, as Etecs se concentram na contratação de atividades voltadas para pesquisa, desenvolvimento e inovação. Isso possibilita maior agilidade e transparência em compras públicas voltadas para o setor.
O presidente da ABDI, Ricardo Cappelli, explica que a principal vantagem da encomenda tecnológica é que, em vez de adquirir um produto pronto, o comprador apresenta um problema específico e busca uma solução personalizada e inovadora, incentivando o desenvolvimento e a inovação.
DIRETOR DE IA – Ainda na abertura do seminário, a SEI deu posse ao novo diretor de Transformação Digital, com foco em Inteligência Artificial da pasta. O anúncio da escolha do administrador curitibano Rafael Sanchez Loureiro, 43 anos, aconteceu na última quarta-feira (7). Ele será responsável por coordenar a agenda de transformação digital do Estado, utilizando IA para modernizar a administração pública. O processo seletivo, pioneiro no governo estadual, atraiu 238 candidatos de 15 estados e incluiu várias etapas de avaliação.
Loureiro tem mais de 20 anos de experiência no setor de tecnologia, tendo passagens pela Renault, Banco do Brasil e IBM. Dentro da SEI, irá atuar para tornar a gestão pública do Paraná mais eficiente e transparente com o uso de tecnologias emergentes.
PRESENÇAS – Participaram do evento o secretário do Planejamento, Guto Silva; o presidente do Tribunal de Contas do Estado, Fernando Guimarães; o diretor-presidente do Ipardes, Jorge Callado; diretora-geral da Procuradoria-Geral do Estado, Lucia Helena Cachoeira; a diretora da Escola de Gestão do Paraná, Aline Albano; a presidente da Casa Lide Paraná, Heloisa Garret, e a deputada federal, Luisa Canziani.
Com um investimento estimado em R$ 15 milhões, o espaço será gerido pela iniciativa privada. O projeto faz parte de uma estratégia mais ampla do governo estadual para impulsionar a inovação tecnológica e acelerar a transformação digital, alinhando-se ao Marco Legal das Startups e à Lei de Inovação do Paraná. Segundo Alex Canziani, um edital será aberto ainda neste semestre, permitindo a participação de empresas privadas, públicas, associações e consórcios, com o objetivo de selecionar a melhor proposta para a gestão do espaço.