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quarta-feira, outubro 30, 2024
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Estudante bate de frente com cidade de civilização perdida

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A descoberta de uma grande cidade maia antiga soterrada sob a densa floresta no estado de Campeche, no México, foi feita de forma inesperada por um estudante de pós-graduação que analisava dados de drones disponíveis publicamente.

Por séculos, a cidade esteve escondida sob a copa da selva, e a nova pesquisa revela que a área encontrada tem mais de 200 km² de extensão.

Os pesquisadores identificaram uma região densa com 6.674 estruturas, incluindo pirâmides que se assemelham às de Chichén Itzá, no estado de Yucatán, e à antiga cidadela de Tikal, nas florestas do norte da Guatemala.

O doutorando Luke Auld-Thomas, “deparou-se com a descoberta” enquanto navegava na internet, afirmou o professor de antropologia Marcello Canuto.

Os dados, reunidos por um grupo de pesquisa que estudava padrões de uso do solo, vieram à tona graças ao LiDAR — uma tecnologia moderna de mapeamento por detecção de luz e alcance. Embora os mapas LiDAR sejam usados para várias finalidades, Auld-Thomas os analisou com métodos arqueológicos para obter mais dados.

O grupo de pesquisa batizou a cidade recém-descoberta de “Valeriana”, inspirando-se em uma lagoa de água doce próxima. Acredita-se que Valeriana, que já abrigou entre 30 e 50 mil pessoas em seu auge, tenha colapsado entre os anos 800 e 1000 d.C., por uma série de fatores complexos, incluindo mudanças climáticas.

“A crescente ideia é de que a variabilidade climática foi um fator central que gerou estresse, adaptações e reações, levando a instabilidades mais amplas”, comentou Canuto.

O LiDAR, uma tecnologia recente dos últimos dez anos, revolucionou a pesquisa arqueológica, especialmente em áreas de floresta densa. A tecnologia revela camadas extensas e ocultas de história em regiões remotas que, de outra forma, seriam inacessíveis, permitindo que os pesquisadores desvendem estruturas escondidas com precisão. Canuto descreve o LiDAR como uma espécie de “desmatamento digital”, capturando imagens detalhadas do terreno abaixo da floresta.

Embora este estudo seja o primeiro a revelar estruturas maias no centro-leste de Campeche, Canuto acredita que áreas com vestígios de atividade humana estão se tornando cada vez mais comuns. Ele espera que essa descoberta destaque a necessidade de mais pesquisas de campo, somadas aos grandes esforços de mapeamento por drones.

“Seria excelente, nos próximos 10, 20 anos,” ele afirmou, “cobrirmos o dobro da área com LiDAR.”

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