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quinta-feira, novembro 21, 2024
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Extraterrestres precisam de um planeta para sobreviver?

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Imagine se tirássemos “terrestre” de “extraterrestre”. Cientistas agora estão considerando a possibilidade de que a vida alienígena possa não precisar de um planeta para sobreviver.

À primeira vista, os planetas parecem habitats perfeitos para a vida, já que a Terra é o único lugar que conhecemos que a sustenta. A gravidade profunda da Terra mantém tudo ancorado, sua atmosfera regula a temperatura da superfície para manter a água líquida, e elementos essenciais como carbono e oxigênio são abundantes. A luz solar também fornece uma fonte de energia praticamente ilimitada. Com esses fatores, é normal focar em planetas em nossa busca por vida em outros lugares.

Mas um novo estudo questiona essa suposição ao explorar se a vida poderia sobreviver sem uma base planetária.

A ideia não é tão fora da realidade quanto parece. Por exemplo, astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional estão, tecnicamente, vivendo fora do planeta, embora dependam de recursos fornecidos pela Terra. Organismos mais simples, no entanto, poderiam sobreviver por conta própria. Os tardígrados, pequenas criaturas aquáticas, são conhecidos por sobreviver ao vácuo do espaço.

Uma comunidade de organismos vivendo no espaço precisaria enfrentar alguns desafios importantes. Primeiro, teria que manter a pressão interna contra o vácuo, possivelmente formando uma membrana ou casca protetora. Essa diferença de pressão é semelhante à pressão de estar a 10 metros de profundidade na água, o que muitos organismos conseguem suportar.

Em seguida, a colônia precisaria permanecer quente o suficiente para manter a água em estado líquido. A atmosfera da Terra naturalmente cria esse efeito, mas uma colônia flutuante precisaria gerenciá-lo por conta própria. Alguns organismos, como a formiga-prateada do Saara, regulam sua temperatura interna absorvendo e refletindo seletivamente a luz, criando um efeito estufa sem atmosfera. Uma colônia espacial flutuante precisaria de uma membrana com propriedades semelhantes.

Outro desafio seria reter elementos leves, que os planetas mantêm com a gravidade. Uma colônia no espaço teria que repor esses elementos constantemente, pois eles escapariam ao longo de milhares de anos. A colônia também precisaria se posicionar na zona habitável de uma estrela para acessar luz solar suficiente e usar recursos próximos, como um asteroide, para obter elementos essenciais como carbono e oxigênio. Com o tempo, teria que desenvolver um sistema de reciclagem para sustentação.

Os pesquisadores imaginam essa estrutura como uma colônia de organismos, com até 100 metros de diâmetro, encapsulada em uma casca transparente e resistente. Essa casca manteria a pressão e a temperatura, enquanto sustenta um efeito estufa para criar um ambiente adequado no interior.

Não se sabe ao certo se esses tipos de formas de vida existem no espaço, mas esses estudos têm aplicações importantes para a exploração espacial humana. Enquanto atualmente dependemos de metais para construção e de recursos importados para sustentação da vida, habitats espaciais futuros poderiam, ao invés disso, usar materiais bioengenheirados para criar ecossistemas autossustentáveis.

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