No próximo sábado, 8 de junho, o escritor Marcio Renato dos Santos vai autografar Maestro sem orquestra, o décimo primeiro livro de contos dele, na Telaranha, livraria localizada na Rua Ébano Pereira, 269, no centro de Curitiba.
Se você está em dúvida se vale, ou não, ler o livro e ir, ou não, ao evento, segue um spoiler:
Ao ler “Revelação”, conto de Maestro em orquestra, você pode suspeitar que o escritor curitibano vivencia aquilo que o Horacio Quiroga recomenda a todos contistas:
“Escreva como se teu relato não interessasse a mais ninguém senão ao pequeno mundo de teus personagens, dos quais poderias ter sido um. Não há outro modo de dar vida ao conto”.
Em “Revelação”, a exemplo do que o uruguaio Quiroga sugere, o enredo – deflagrado a partir de uma fotografia – diz respeito apenas aos quatro personagens de Entreposto, cidade que o Marcio inventou, cenário de seus textos literários.
Publicado originalmente há quase 100 anos, o “Decálogo do perfeito contista”, de Quiroga, também propõe a autore(a)s de breves narrativas:
“Pega teus personagens pela mão e conduza-os firmemente até o fim, sem ver nada além do caminho que traçastes para eles. Não te distraias vendo o que a eles não importa ver. Não abuses do leitor”.
Essa pensata do uruguaio também encontra ressonância na literatura do ficcionista curitibano.
“Já não passa nada?”, “Venta e a chuva também é forte”, “Os livros dele”, “Juntinho” e outros contos que você encontra em Maestro sem orquestra têm personagens conduzidos sem vacilo por variados narradores, até e inclusive se há nonsense, característica da obra em progresso do Marcio Renato dos Santos.