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quinta-feira, novembro 21, 2024
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Novo estudo alerta para não comprar produtos infantis perfumados

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Embora associadas à dermatite e alergias, as fragrâncias estão presentes em mais de 70% dos quase 400 produtos para crianças disponíveis no mercado brasileiro, de acordo com um estudo realizado pelo Departamento de Pediatria da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Estudos científicos já demonstraram que o odor característico dos bebês recém-nascidos estimula a produção do hormônio dopamina, gerando um efeito semelhante ao de recompensa e satisfação observado em pessoas viciadas em substâncias como comida, tabaco ou drogas. Então, por que as empresas de cosméticos e higiene insistem em desenvolver produtos com fragrâncias para esse público?

A resposta está na forte influência cultural, especialmente no Brasil, onde o uso de perfumes é uma tradição arraigada. No entanto, ao promover essa prática, os pais podem inadvertidamente expor seus filhos a substâncias que podem causar efeitos colaterais, como alergias e dermatites, prejudiciais à saúde.

O estudo da UFPR revelou que mais de 70% dos produtos analisados continham fragrâncias, presentes em 90% dos xampus e 79% dos lenços umedecidos destinados ao público infantil. Além disso, foram investigadas embalagens de sabonetes líquidos, sabonetes em barra, condicionadores, hidratantes, cremes para prevenção de assaduras, protetores solares e repelentes.

É importante destacar que a regulamentação atual não obriga as empresas a detalharem a composição do “parfum”, que pode conter ingredientes potencialmente prejudiciais aos usuários. Crianças, devido à sua pele mais fina e menos protegida, estão mais suscetíveis a reações adversas causadas por substâncias sensibilizantes.

Por isso, especialistas recomendam evitar cosméticos com fragrâncias sintéticas, uma precaução que deve ser adotada ao longo da vida, não apenas na infância. Os responsáveis pelas crianças devem priorizar produtos essenciais à saúde, como repelentes (adequados a partir dos três meses de idade) e protetores solares (a partir dos seis meses).

Além disso, é fundamental ler atentamente os rótulos dos produtos antes de comprá-los e evitar aqueles que contenham “parfum” na descrição, pois as substâncias exatas não são especificadas. Cosméticos que se autodenominam naturais ou contêm óleos essenciais também devem ser analisados com cautela, pois podem representar os mesmos riscos à saúde que os produtos sintéticos.

As pesquisadoras da UFPR defendem uma regulamentação mais rigorosa, exigindo a divulgação completa dos ingredientes e concentrações do “parfum”, bem como estudos que comprovem a segurança desses ingredientes antes de sua liberação para uso infantil. A conscientização pública sobre o uso responsável de produtos de higiene e cosméticos nessa faixa etária também é fundamental para proteger a saúde das crianças.

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