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Talibã bane toda e qualquer imagem de seres vivos

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O Ministério da Moralidade do Talibã no Afeganistão anunciou nesta segunda-feira (9) que começará a aplicar uma lei que proíbe os meios de comunicação de publicar imagens de seres vivos, com a implementação da regra ocorrendo de forma gradual.

A medida segue a recente formalização das interpretações estritas da lei islâmica que o regime talibã vem impondo desde que assumiu o poder em 2021.

“O decreto se aplica a todo o Afeganistão e será implementado gradualmente”, afirmou Saiful Islam Khyber, porta-voz do Ministério para a Propagação da Virtude e Prevenção do Vício (PVPV). Ele acrescentou que as autoridades trabalharão para convencer a população de que a publicação de imagens de seres vivos vai contra a lei islâmica.

“O uso da força não faz parte da implementação desta lei”, explicou Khyber. “Estamos apenas aconselhando e tentando mostrar que essas práticas são realmente contrárias à sharia e devem ser evitadas.”

A nova lei estabelece diversas regras para a mídia, incluindo a proibição de imagens de seres vivos e a exigência de que os veículos de comunicação não ridicularizem ou contradigam o Islã.

Embora a lei ainda não esteja sendo rigorosamente aplicada em todas as áreas, há orientações ao público para evitar o uso de imagens de seres vivos em celulares e outros dispositivos.

Curiosamente, funcionários do Talibã continuam a postar fotos de pessoas nas redes sociais, e jornalistas afegãos disseram ter recebido garantias de que poderiam continuar a trabalhar normalmente.

O Ministério da Informação não respondeu imediatamente às solicitações de esclarecimento.

Até o momento, a aplicação da lei está em andamento em algumas províncias, como Kandahar, Helmand, no sul, e Takhar, no norte. Segundo Khyber, a lei “agora se aplica a todos”.

Em Ghazni, no domingo, oficiais do PVPV informaram jornalistas locais que a lei seria aplicada gradualmente, aconselhando fotógrafos a tirarem fotos à distância e a filmarem menos eventos, como um primeiro passo para se acostumarem à mudança.

Jornalistas da província de Maidan Wardak receberam orientações semelhantes.

Na última vez que o Talibã esteve no poder, de 1996 a 2001, a exibição de imagens de seres vivos e televisão foi amplamente proibida, mas, até agora, um decreto semelhante não foi amplamente imposto desde sua volta ao poder.

Desde 2021, no entanto, as autoridades talibãs têm imposto censura esporádica, como ocultar rostos de homens e mulheres em anúncios e cobrir as cabeças de manequins em lojas com sacos plásticos.

Quando o Talibã retomou o controle do país após duas décadas de insurgência, havia cerca de 8.400 trabalhadores da mídia no Afeganistão. Atualmente, restam apenas 5.100, segundo fontes da indústria, incluindo 560 mulheres, que enfrentam restrições severas descritas como “apartheid de gênero” pelas Nações Unidas. Em Helmand, as vozes femininas foram proibidas na televisão e no rádio.

O Afeganistão caiu do 122º para o 178º lugar em um ranking de liberdade de imprensa compilado pela organização Repórteres Sem Fronteiras.

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