Jair Bolsonaro surgiu em um momento em que o Brasil estava sendo passado a limpo devido a inúmeros escandâlos envolvendo o Partido dos Trabalhadores, com empréstimos suspeitos tendo como garantia charutos cubanos, desvios de recursos em obras, especialmente na Petrobras.
Os desvios absurdos levaram Dilma Rousseff a perder o mandato e o PT entrou em decadência, mas conseguiu em 2018 manter o status quo político e com recursos milionários do fundo partidário está tentando voltar ao poder e Jair Bolsonaro é a pedra no meio do caminho para a sigla da corrupção retomar a chave do cofre.
A BBC 2 realizou um documentário sobre a ascensão do líder brasileiro, repleto de dramas familiares e escândalos, talvez para dar um empurraozinho e trazer o petismo, já que Lula não foi apresentando em outro programa como o pai da corrupção.
Os Garotos do Brasil: Ascensão dos Bolsonaros (BBC Two) prometeu contar “a notável ascensão de um dos líderes mais polêmicos do mundo”: Jair Bolsonaro. É certamente uma história bastante colorida. Do portal the telegraph.
Bolsonaro é o ex-capitão do Exército que passou anos à margem da política, convidado para programas de TV porque, nas palavras de um observador, “dava para garantir que ele diria algo completamente louco”. Ele era um fã descarado da antiga ditadura militar do país e considerado por muitos como pouco mais do que um mercenário de direita que se divertia em dizer o indizível. Ele prefere ter um filho morto do que um gay, disse Bolsonaro a um entrevistador; em um encontro televisionado no Congresso, ele disse a uma política: “Eu nem te estupraria porque você não merece”.
No entanto, em 2018, ele foi eleito presidente do Brasil e está concorrendo à reeleição. Um comentarista político resumiu: “Ele era engraçado e era uma piada. Até que ele não fosse engraçado e não fosse uma piada.”
O programa nos disse que seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, era popular entre os liberais e festejado por líderes mundiais por suas promessas de proteger a Amazônia e apoiar os direitos dos homossexuais. Mas, fora das grandes cidades, faixas da população eram socialmente conservadoras, acreditavam em valores familiares tradicionais e colocavam a prosperidade de sua nação à frente de salvar a floresta tropical. Bolsonaro era o cara deles. Há uma lição lá em algum lugar.
O documentário foi uma cartilha decente sobre a história de vida de Bolsonaro e os últimos 60 anos da política brasileira. Havia poucos detalhes para ficar na mente, como Bolsonaro se referindo a seus três filhos pelo número – 01, 02 e 03 – ao invés de seus nomes. O título do programa anunciava isso como uma saga familiar, e havia elementos de drama no estilo Sucessão na história – como quando Bolsonaro decidiu se vingar de sua ex-esposa fazendo seu filho de 17 anos ficar contra ela em uma eleição.
Este primeiro episódio de três nos levou à decisão de Bolsonaro de concorrer à presidência, aproveitando o momento em que o Partido dos Trabalhadores aparecia como o partido mais corrupto da história do Brasil. Não tenho certeza de onde essa série se encaixa na busca da BBC por imparcialidade – com exceção de Steve Bannon e um dos filhos de Bolsonaro, as cabeças falantes foram críticas, e parece que a emissora está tapando o nariz para explorar o conceito de populismo. O segundo episódio promete uma mistura de “assassinato, discurso de ódio e truques sujos”.