Um tucano que perdeu metade do bico foi resgatado e salvo pela equipe do Centro de Apoio à Fauna Silvestre (Cafs), vinculado ao Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna da Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Curitiba. O animal chegou ao Cafs no dia 22 de outubro, após ser encontrado machucado por uma moradora do bairro Augusta, nas proximidades do Parque Passaúna. Ele estava com o bico inferior fraturado, e as alternativas iniciais apontavam para a eutanásia, pois a lesão parecia irreparável.
No entanto, a equipe do Cafs se empenhou em buscar uma solução inovadora. Foi então que decidiram utilizar tecnologia e conhecimento científico para restaurar a funcionalidade do bico da ave. A equipe procurou apoio no Museu de História Natural Capão da Imbuia, localizado no mesmo complexo onde está o Cafs, e utilizou um tucano empalhado do acervo do museu para tirar as medidas do bico e criar uma prótese personalizada.
Após pesquisas e testes, foram confeccionados sete modelos de prótese em uma impressora 3D, buscando a melhor adaptação para o tucano. A cirurgia, realizada com sucesso na segunda-feira (4), durou cerca de uma hora. Durante o procedimento, a prótese foi fixada ao bico da ave com furos e resina odontológica, garantindo que a nova parte ficasse bem firme e segura.
O resultado foi surpreendente: o tucano se adaptou rapidamente à nova prótese e, felizmente, já está se alimentando normalmente, como se tivesse seu bico completo novamente. De acordo com a médica veterinária Oneida Lacerda, chefe do Serviço de Monitoramento de Animais Selvagens do Cafs, o caso é um exemplo de como a combinação de sensibilidade, pesquisa e tecnologia pode fazer a diferença na reabilitação de animais silvestres.
Agora, o tucano se recupera bem e retoma sua vida normal, livre de dores e com a capacidade de se alimentar novamente. A ação da equipe do Cafs foi fundamental para que a ave tivesse uma segunda chance de voltar à natureza com saúde e bem-estar.