Você já deve ter ouvido em algum horóscopo: “Os astros estão alinhados!” ou “Os planetas estão em conjunção!” Talvez até sugiram que é o momento ideal para tentar a sorte na loteria. Mas o que isso realmente significa? Será que os planetas podem de fato formar uma fila no céu?
A Realidade do Alinhamento Planetário Apesar das manchetes ocasionais, um alinhamento planetário completo é praticamente impossível. Até mesmo observar todos os planetas do mesmo lado do sol é extremamente raro. É provável que a vida na Terra esteja bem diferente na próxima vez que qualquer tipo de alinhamento planetário ocorra no céu noturno, mesmo se considerarmos apenas cinco ou seis planetas em uma linha aproximadamente reta.
Por Que o Alinhamento É Tão Difícil?
As órbitas distintas dos planetas em nosso sistema solar tornam impossível um alinhamento perfeito da perspectiva terrestre. Embora muitas vezes imaginemos o sistema solar como um plano bidimensional, cada planeta possui sua própria órbita única dentro da eclíptica – a linha imaginária que marca o caminho do sol no céu. Mercúrio, por exemplo, tem o maior desvio, chegando a 7 graus da eclíptica, enquanto os outros planetas variam em torno de 3 graus.
Além disso, objetos como Plutão (agora considerado um planeta anão) têm desvios ainda maiores – 17 graus no caso de Plutão. Essas variações, embora possam parecer pequenas, são suficientes para tornar um alinhamento perfeito virtualmente impossível visto da Terra.
Quão Raro É um Alinhamento?
Se imaginarmos os oito planetas principais em uma única linha a partir do sol (com no máximo 1 grau de diferença entre eles), estima-se que isso ocorreria a cada 13,4 trilhões de anos. Para contextualizar, nosso sistema solar tem 4,5 bilhões de anos e o universo tem aproximadamente 13,7 bilhões de anos. Portanto, é provável que tal alinhamento nunca tenha ocorrido e nunca ocorrerá, especialmente considerando que o sol deve se expandir e se tornar uma gigante vermelha em cerca de 5 bilhões de anos, eliminando Mercúrio e Vênus, e possivelmente ameaçando a Terra.
Conjunções Planetárias
É igualmente incomum ver todos os oito planetas principais na mesma região do céu. Isso acontece a cada alguns milhares de anos, com o último registro datando de 949 d.C. No entanto, conjunções menores são mais frequentes. Por exemplo, será possível observar seis planetas visíveis da Terra simultaneamente em 3 de junho de 2024, 28 de agosto de 2024 e 18 de janeiro de 2025.
Quanto aos cinco planetas visíveis a olho nu – Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno – vê-los juntos no céu noturno também não é um evento cotidiano.
Impacto na Terra
Apesar da influência gravitacional dos corpos celestes, não há motivo para preocupação durante esses raros alinhamentos planetários. Eles não causam grandes impactos na Terra. Na verdade, a NASA já utilizou essas conjunções a seu favor para lançar missões de exploração de múltiplos planetas e objetos do sistema solar, como a famosa missão “Grand Tour” da Voyager 2, iniciada em 1977.
Em suma, embora os alinhamentos planetários sejam fascinantes, eles são muito mais raros e menos dramáticos do que muitas vezes se imagina. No entanto, continuam sendo eventos celestes notáveis que nos lembram da vastidão e complexidade do nosso sistema solar.