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Coma ouro para tratar doenças inflamatórias intestinais

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A sequência de Hellboy de 2008, Hellboy II: O Exército Dourado, coloca os membros do B.P.R.D. contra um antigo inimigo pelo controle de um exército de robôs dourados construído especificamente para a destruição da humanidade. Espoiler pra rapadurada: Hellboy vence e toma controle do exército, ao qual ele posteriormente retira o poder, salvando a humanidade, novamente.

Com um bocado de sorte, não há um antigo exército dourado aguardando ser despertado em busca de vingança contra nossa espécie. No entanto, a ciência construiu um exército de ouro minúsculo que controlamos e que tem o poder de combater doenças digestivas. Doenças inflamatórias intestinais (DII) têm aumentado, no Brasil e em todo o mundo, em incidência e prevalência. Informações retiradas do portal syfy.

Em alguns países desenvolvidos até 1% da população sofre de alguma forma de doença inflamatória intestinal. Essas doenças, que incluem a Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa, que não têm cura e causam um sofrimento considerável para aqueles que devem suportá-las. Em casos extremos, podem até levar à morte… O membro titular da Sociedade Brasileira de coloproctologia e professor da PUCPR Dr. Paulo Gustavo Kotze alerta que “No Brasil, a prevalência das doenças inflamatórias intestinais chega a 100 casos para cada 100 mil habitantes no sistema público, sendo a maior concentração nas regiões Sudeste e Sul” segundo relatado no portal folha populus.

Entende-se que os pacientes com DII apresentam níveis elevados de espécies reativas de oxigênio no sistema gastrointestinal, que provavelmente contribuem para os sintomas. O estresse oxidativo causado por espécies reativas de oxigênio – um tipo de radical livre – causa danos ao DNA, RNA e proteínas nas células, exacerbando as doenças.

Atualmente, não há curas conhecidas para a doença de Crohn ou a colite ulcerativa, mas elas podem ser tratadas para reduzir os sintomas. Isso normalmente envolve a administração de medicamentos como imunomoduladores ou corticosteróides. Também envolve a realização de cirurgias para remover partes danificadas do sistema digestivo. Um estudo recente, no entanto, encontrou uma solução alternativa e envolve comer ouro.

Pesquisadores da Universidade Sun Yat-Sen e da Universidade Médica Anhui sintetizaram minúsculas nanopartículas de ouro para ver se elas eram capazes de manter a linha contra espécies reativas de oxigênio no intestino. Suas descobertas foram publicadas na revista internacional Fundamental Research.

Embora o ouro não seja uma parte típica da lista de compras, esta não é a primeira vez que é ingerido intencionalmente. Isso porque o ouro é quimicamente inerte e passa pelo corpo sem ser absorvido. Isso o torna seguro para consumo se você quiser adicionar um pouco de sabor ao seu jantar ou sobremesa, mesmo que não adicione nenhum valor nutricional. Este novo estudo descobriu que, embora seja quimicamente inerte, tem algumas interações dentro do sistema digestivo que provam ser benéficas para indivíduos com DII.

Normalmente, os tratamentos experimentais não vão diretamente para testes em humanos e devem primeiro ser testados em animais. Acontece que a doença inflamatória intestinal também afeta os roedores, dando aos pesquisadores um banco de testes pronto para seus potenciais novos tratamentos. Em experimentos, os cientistas administraram oralmente nanoaglomerados de ouro a camundongos que sofriam de colite e esperaram para ver o que acontecia. Incrivelmente, eles não tiveram que esperar muito.

As observações confirmaram que os nanoaglomerados de ouro são eficazes na eliminação de algumas espécies reativas de oxigênio, incluindo radicais ABTS, radicais livres de superóxido e radicais livres de hidroxila. Além disso, a presença do ouro aumentou a expressão de enzimas antioxidantes e inibiu citocinas inflamatórias. Eles também interromperam o circuito inflamatório da DII. Ao todo, as partículas de ouro ingeríveis diminuíram os contribuintes da DII enquanto facilitavam alguns processos benéficos, e isso aconteceu rapidamente.

Observações do trato gastrointestinal de camundongos confirmaram uma redução na inflamação dentro de 24 horas após a ingestão das partículas de ouro. Além de ser eficaz, o tratamento tem outros benefícios em relação aos métodos convencionais. Ao contrário do senso comum, essas nanopartículas de ouro são mais acessíveis do que outros medicamentos, além de serem mais estáveis ​​e fáceis de sintetizar e armazenar.

Desde que esses resultados se mantenham estáveis ​​em humanos, assim como em camundongos, comer um pouco de ouro no jantar não será apenas uma demonstração de extravagância, mas também pode ser medicamente benéfico.

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