A população do Japão em 2022 é estimada em 125,502 milhões em um espaço 377 975 km² e por isso eles são criativos, arquitetonicamente falando, buscam criar formas com habitats espaciais com formatos peculiares ao longo dos anos, como: cúpulas geodésicas, orbes herméticos e estruturas em forma de lanterna.
Agora os pesquisadores japoneses conseguiram ir além, apostam na arquitetura extraterrestre, um conceito totalmente diferente do que vemos em livros e gibis de ficção científicia, para exploração do turismo espacial.
O portal Quartz apresentou um artigo explicando que em uma conferência em 5 de julho, uma equipe da Universidade de Kyoto e a construtora Kajima Corporation revelaram renderizações de uma “instalação viva de gravidade artificial” cuja forma é propícia para aproximar as condições de vida na Terra.
A estrutura rotativa de 1.300 pés de altura, apelidada de “The Glass”, foi projetada para completar uma rotação completa a cada 20 segundos, usando força centrífuga para atingir a “gravidade normal” a que os humanos estão acostumados.
Projetado para as condições atmosféricas em Marte e na Lua, a equipe pretende erguer um protótipo do The Glass na superfície lunar até 2050, relata o jornal local Asahi Shimbum.
Os pesquisadores japoneses dizem que criar um ambiente com gravidade semelhante à da Terra é a chave para prosperar no espaço.
“Sem gravidade, os mamíferos podem não conseguir se reproduzir e seus bebês podem não se desenvolver bem”, explica a equipe em um comunicado à imprensa. “Quando uma pessoa cresce em um ambiente de gravidade zero ou baixa, seu corpo muda para que ela não consiga ficar de pé na Terra.”
A equipe da Universidade Kajima-Kyoto diz que os terráqueos não sabem como as crianças se adaptam a um estado de ausência de peso, apontando que a pesquisa da gravidade da NASA tem sido amplamente focada em adultos. Estudos mostram que viajar por diferentes campos de gravidade pode causar perda óssea, dor nas costas e pedras nos rins.
À medida que o turismo espacial se torna disponível para mais pessoas, os pesquisadores dizem que querem esclarecer o efeito dos ambientes de microgravidade em uma diversidade de corpos humanos.
Além dos habitats autônomos, os pesquisadores dizem que precisamos pensar em projetar outras infraestruturas de gravidade artificial para apoiar comunidades em outros corpos celestes. O escopo de sua pesquisa inclui ainda o desenvolvimento de um sistema de transporte para viagens interplanetárias. Eles prevêem um “Sistema Hexagon Space Track” que manterá a gravidade normal durante viagens de longa distância.
“Os EUA e os Emirados Árabes Unidos estão propondo proativamente a migração para Marte, mas eu gostaria de enviar uma ideia completamente original do Japão”, disse Yosuke Yamashiki, professor do Centro de Pesquisa de Cosmologia Tripulada SIC da Universidade de Kyoto. “As tecnologias centrais não estão sendo desenvolvidas por outros países e são indispensáveis para realizar a migração espacial humana.”
“Desenvolver uma instalação residencial de gravidade artificial com a Universidade de Kyoto será um momento decisivo na pesquisa espacial”, ecoou Takuya Ohno, arquiteto e pesquisador da Kajima. “Vamos trabalhar para tornar essa pesquisa conjunta significativa para a humanidade.”