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Londrina usa mosquitos para acabar com a dengue

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Começou na tarde desta segunda-feira (10) mais uma etapa do projeto-piloto implementado pela Prefeitura de Londrina para combate à dengue e seu mosquito transmissor, o Aedes aegypti. O bairro do Mister Thomas, que fica na região leste, recebeu a primeira leva de 350 mil mosquitos estéreis, que serão soltos até a próxima semana. O objetivo dessa medida é reduzir a população do vetor, que é considerada muito alta na localidade, e, consequentemente, frear a circulação do vírus da dengue.

A ação é conduzida pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), juntamente com a Forrest Brasil Tecnologia. A empresa firmou acordo de cooperação técnica com o Município, por meio do Edital de Soluções Inovadoras do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel), e a aplicação da ferramenta não terá custos para a Prefeitura no período de seis meses.

Para atingir o objetivo de reduzir em quase zero a infestação de Aedes no Mister Thomas, os mosquitos estéreis foram lançados em algumas vias do bairro. A metodologia faz com que estes insetos machos gerem, nas fêmeas, ovos vazios. Gradualmente, a população dos mosquitos vai sendo reduzida, com casos efetivos já registrados nas cidades de Ortigueira e Jacarezinho, ambas no Paraná.

De acordo com o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, a principal expectativa dessa iniciativa é reduzir a circulação do Aedes aegypti para que, até dezembro, o índice de infestação na localidade se aproxime de zero. “Fizemos um trabalho prévio no bairro, há dez dias, com a instalação de 14 armadilhas. Avançamos com um levantamento que vistoriou 100% das casas e, agora, fizemos a soltura, para começar a monitorar a efetividade dessa tecnologia”, afirmou.

Durante o levantamento conduzido em todos os domicílios do bairro, as equipes de Endemias da SMS identificaram que 30% dos imóveis do Mister Thomas possui focos com larvas do Aedes. “Esse é o parâmetro. Agora, com a soltura, teremos acompanhamento das nossas equipes e dos técnicos da empresa para ver se teremos diminuição desse indicador”, complementou Machado.

Além do Mister Thomas, também haverá monitoramento do Conjunto Jamile Dequech, como forma de comparativo entre as duas localidades. “Os critérios para escolha envolveram a população, área de abrangência e pelo tamanho dos bairros. Aqui no Mister Thomas faremos a soltura dos machos estéreis e no Jamile Dequech faremos o acompanhamento e monitoramento. Por serem bairros semelhantes, vamos poder comparar e conferir se essa tecnologia surtiu o efeito que teve em outras cidades e, consequentemente, caminhar para uma futura contratação da empresa responsável”, acrescentou o secretário de Saúde.

O biólogo e gerente de campo da Forrest Brasil Tecnologia, Filipe dos Anjos, explicou que o projeto de controle natural de vetores inclui liberações massivas para que o inseto macho, que não se alimenta de sangue, encontre a fêmea e, juntos, eles gerem ovos vazios. “É um trabalho seguro para toda população. Importante frisar que a nossa tecnologia não envolve nenhum organismo geneticamente modificado, além disso o mosquito não contém nenhum resíduo e não vai ser nocivo para população de forma alguma”, reforçou.

Anjos também citou alguns exemplos exitosos do projeto. “Nosso primeiro estudo foi realizado no município de Jacarezinho, com uma redução de aproximadamente 91% na infestação dos mosquitos. Depois a gente estendeu esse trabalho para todo o município de Ortigueira, onde atingimos resultados ainda melhores, chegando a 99% na redução da infestação”, disse.

Também nesta segunda-feira (10) teve início o trabalho de campo para a terceira edição do Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa) em 2023. O LIRAa é uma ferramenta que permite identificar, por meio de amostragem, como está o índice de infestação predial do mosquito transmissor da dengue, quais localidades com maior presença do mosquito, e quais são os principais focos identificados.

O trabalho será desenvolvido por cerca de 200 agentes de Controles de Endemias da SMS, que devem percorrer, ao longo de cinco dias, em torno de 11 mil imóveis da área urbana, incluindo comércios e residências. “Após essa etapa, temos um prazo de três a cinco dias para análise dos dados coletados em campo, para que a gente possa fazer a divulgação do resultado do terceiro LIRAa. Lembrando que, em razão da epidemia que estávamos atravessando, não havia justificativa técnica para realizamos um segundo LIRAa, porque os números de casos já mostravam essa situação de epidemia. Então suspendemos o segundo levantamento e devemos divulgar, até o final de junho, o resultado do terceiro, juntamente com as ações e planejamento para os próximos meses”, informou o secretário municipal de Saúde.

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