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O adeus de Batista do Pilar tem a aura da imortalidade poética

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O jornalista blogueiro Fernando Tupan, do Blog do Tupan, nos informa: O poeta paranaense Batista do Pilar foi sepultado, ontem, no Cemitério Santa Cândida, em Curitiba, os poucos amigos estavam lá para o último adeus e a certeza de que a imortalidade é pouca para o poeta em tempo integral, como disse Thadeu Wociejoeski, Viveu e morreu poesia. Pobre, viveu humildemente. Rico de amigos e amor pela vida. Equilibrou-se no fio da faca. Homem de Deus.”

Na lápide de Batista do Pilar uma profecia, “faça alguma coisa mesmo que desfaça”.

O prefeito de Curitiba, Rafael Greca, um ignorante dos grandes poetas brasileiros, nem perdeu o tempo para homenagear Batista do Pilar, a Fundação Cultural de Curitiba (FCC) também passou batida e por isso mesmo o poeta será grande enquanto dure o canto da gralha azul.

Thadeu Wociejoeski selecionou três poemas (um deles publicado na quarta-feira, dia do falecimento) que mostram a essência da alma de Batista do Pilar:

VOLTA AO MUNDO

Inúmeras casas
espreitam o asfalto
vários trilhos
dormem esperando o trem
que lentamente traz
o vagão fantasma,
carregando o andarilho dos dias.

Na volta da andança,
soa o passo no ponto final.
Nasce mais um estranho
dentro de casa.

AMAR

Amar é arte dos mortais.
Amam-se os czares e casais.
Amar cabe aos plebeus,
aos reis e aos filhos seus.
Também amam-se os pardais,
os tolos e os animais.

O MUNDO MUDO FALA

O mundo mudou muito
desde ontem às seis horas da tarde.

Meu vizinho comprou um carro
Madalena foi pro convento
Pedro José morreu enforcado.
Aumentaram várias tarifas usuais diárias
o rádio transmite futebol
ainda se fala de política.

Vamos, Clarice!
não me olhe com esta cara de ontem.

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