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Paraná tem trilhas curtas para o turismo ecológico

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O número de visitações às Unidades de Conservação (UCs) do Paraná aumentaram 92% no primeiro semestre de 2023 no comparativo com o mesmo período do ano passado, foram registrados 284.899 visitantes entre janeiro e junho deste ano, ante 148.420 pessoas em 2022 para apreciarem as belezas naturais do Estado.

“Podemos observar a preferência das pessoas por atividades do turismo de natureza para melhorar o humor e a vitalidade, especialmente após o fim das medidas sanitárias impostas pela pandemia da Covid-19”, destaca o diretor de Patrimônio Natural do IAT, Rafael Andreguetto.

Foi o que pensou o monitor do Centro de Reabilitação Jeová Rapha (CreJer), Lucas Sperry, de 40 anos. Ele guiou um grupo de nove pessoas pela trilha do Abrolhos, um dos tantos corredores do Parque Estadual Pico do Marumbi, em Morretes, no Litoral. Foram 14 quilômetros de caminhada para desobstruir a mente e ajudar na reabilitação dos dependentes químicos.

“O objetivo é tirar o pessoal daquele ambiente mais pesado, que é bem sofrido, e oferecer experiências mais ligadas à natureza. Isso exerce uma grande diferença na recuperação deles”, conta ele, que já programou para setembro uma nova expedição, desta vez pela trilha que leva ao cume do pico Olimpo, com 1.539 metros de altitude.

Além dos hábitos saudáveis, as visitas aos parques naturais colaboram para fortalecer vínculos familiares. É o caso dos Faerber, que há mais de 20 anos desbravam pontos de conservação no Paraná. “O meu pai foi criado nesse meio e nos trouxe também para esse contato com a natureza. Ele sempre me contou várias histórias que me faziam sonhar em vir aqui”, diz a estudante Júlia, de 16 anos, que estava acompanhada da mãe, Adriane, 47, na aventura pela trilha do Rochedinho, percurso de quatro quilômetros do Marumbi.

Entre as indicações de passeios, Adriane sugere as trilhas de Encantada (4,8 quilômetros) e Nova Brasília (1,8 quilômetro), na Ilha do Mel, em Paranaguá, e o caminho de três quilômetros que levam à Cachoeira Salto da Fortuna, em Morretes. “Levamos até minha mãe, de 74 anos, que se apaixonou pela cachoeira. A gente está sempre no mato, no rio e carregamos junto as crianças desde pequenininhas”, diz ela, que é mãe também do estudante Gustavo, de 21 anos. “Nos sentimos livres e seguras. Para mim, a natureza é vida e paz, uma sensação de pertencimento”.

De acordo com o Manual de Orientação “Benefícios da Natureza no Desenvolvimento de Crianças e Adolescentes”, da Sociedade Brasileira de Pediatria, o contato com ambientes naturais colabora na prevenção contra o sedentarismo, hiperatividade, doenças cardiovasculares, equilíbrio, coordenação motora, aprimoramento das funções cognitivas e versatilidade, além do desenvolvimento cerebral pleno.

FORTALECENDO LAÇOS – A paixão em comum por UCs uniu ainda mais os amigos Lucas Ferreira, de 26 anos, estudante de Química, e o ator Jonathan Lopes, de 28. No começo deste mês eles encararam a trilha do Morro do Pão de Loth (1.300 metros de altitude), um dos principais atrativos do Parque Estadual Serra da Baitaca, entre Piraquara e Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba.

“Vejo que a Mata Atlântica é bem específica e nos permite identificar patrimônios da natureza como bromélias, orquídeas e outros tipos de vegetação da região”, afirma Lucas, que já trabalhou como consultor ambiental em biomas como o cerrado goiano. “É sempre um momento de relaxar, esquecer da correria do ambiente urbano e uma oportunidade de superação, de que conseguimos chegar até o fim de uma trilha, até o alto de uma montanha”, acrescenta Jonathan.

Para a chefe do Parque Estadual Serra da Baitaca, Marina Rampim, o crescimento do número de visitantes é também uma oportunidade de ampliar a conscientização da preservação ambiental. “É o momento de chegar a mais pessoas, de fortalecer esse vínculo com os bens naturais”, diz.

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO – O Governo do Paraná administra atualmente 72 Unidades de Conservação catalogadas pelo IAT, das quais 29 estão abertas para visitação. Esse montante compreende 26.250,42 km² de áreas protegidas por legislação. Elas são formadas por ecossistemas livres de uso sustentável de parte dos seus recursos naturais, como os parques abertos à visitação pública que não podem sofrer interferência humana.

Essas áreas de proteção são divididas em UCs Estaduais de Uso Sustentável (10.470,74 km²); UCs Estaduais de Proteção Integral (756,44 km²); Áreas Especiais de Uso Regulamentado (152,25 km²) e Áreas Especiais e Interesse Turístico (670,35 km²).

O cenário se completa com as Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), cuja extensão abrange 553,83 km²; terras indígenas, com 846,87 km²; Unidades Federais, de 8.840,39 km², e Unidades Municipais (3.959,55 km²).

Essa rede de proteção ao patrimônio natural do Estado vai ganhar ainda mais quatro novas unidades em 2023: Estação Ecológica Tia Chica, em Reserva do Iguaçu; Estação Ecológica Reserva de Bituruna, em Bituruna; Área de Proteção Ambiental (APA) do Miringuava, em São José dos Pinhais; e o Refúgio da Vida Silvestre das Ilhas dos Guarás, em Guaratuba. As futuras Unidades de Conservação possuem, juntas, uma área total de 5.393,24 hectares.

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