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Encontrado fóssil de “boto-cor-de-rosa” no Peru

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Há cerca de 16 milhões de anos, um gigantesco golfinho navegava pelas profundezas de seu domínio aquático. No entanto, ao contrário da maioria dos golfinhos modernos, sua casa não era um oceano; ele habitava um lago de água doce na Amazônia peruana. Embora existam espécies de golfinhos de água doce na Amazônia hoje em dia, elas não têm parentesco próximo com esse cetáceo antigo. Seus parentes vivos mais próximos são os golfinhos fluviais que habitam mais de 10.000 quilômetros de distância, na Ásia Meridional, de acordo com pesquisadores que recentemente descreveram o mamífero extinto desconhecido.

A análise do crânio do golfinho antigo recém-identificado indicou aos paleontólogos que seu corpo teria pelo menos 3,5 metros de comprimento – cerca de 20% a 25% maior do que os golfinhos de rio modernos e o maior golfinho de água doce conhecido.

No entanto, como o crânio, que media cerca de 70 centímetros de comprimento, estava incompleto, o golfinho antigo pode ter sido ainda maior, relataram os cientistas.

O que torna a descoberta ainda mais excepcional é a perspectiva que oferece sobre a história evolutiva dos golfinhos de água doce, já que essas criaturas são extremamente raras no registro fóssil, escreveram os autores do estudo. Isso ocorre porque geralmente há menos golfinhos individuais em ecossistemas de água doce, e as fortes correntezas geralmente impedem que os fósseis se preservem bem.

Eles deram à nova espécie o nome de Pebanista yacuruna; o gênero faz referência à Formação Pebas do Peru, onde o fóssil foi encontrado, e “yacuruna” é um termo para pessoas aquáticas míticas da lenda local, na língua indígena Kichua.

“Acho que esta é uma descoberta notável, especialmente considerando que a América do Sul tem uma espécie de golfinho de rio que pertence a um grupo completamente diferente de odontocetos (baleias com dentes)”, disse Jorge Velez-Juarbe, curador associado de mamíferos marinhos no Museu de História Natural do Condado de Los Angeles, em um e-mail.

“Isso também me faz pensar quantos outros registros de golfinhos de rio extintos estão esperando para serem descobertos”, disse Velez-Juarbe, que não esteve envolvido na pesquisa.

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